Um menino palestino de doze anos foi atropelado pela polícia israelense no bairro de Silwan, em Jerusalém ocupada, por acoplar uma bandeira palestina em sua bicicleta, a caminho de uma mercearia local, segundo informações da agência Anadolu.
“Eu ia comprar pão quando três policiais israelenses me seguiram porque eu coloquei uma bandeira [palestina] na bicicleta”, declarou Jawad al-Abbasi após ser transferido ao Hospital de Hadassah para tratar ferimentos na cabeça, pescoço e perna.
Jawad também relatou ao Centro de Informações Wadi Hilweh, sediado em Jerusalém, que os policiais israelenses apontaram uma arma para ele e o agrediram fisicamente.
Transeuntes chamaram uma ambulância após a polícia da ocupação recusar-se a fazê-lo.
“Tive medo que iam me prender ou atirar em mim”, disse o menino. “Estou agora no hospital e tenho medo que a polícia venha me prender antes de eu ser tratado”.
Autoridades israelenses não comentaram o caso.
#Israeldidthis This picture of a Palestinian child knocked off his bike by Israeli forces and having a gun barrel digging into his collarbone, should anger every one. His crime, carrying a Palestinian flag. I am beyond words of condemnation for this monstrous state. #Israel pic.twitter.com/qI9aMNb9gX
— Professor Kamel Hawwash كامل إسحق الحواش (@kamelhawwash) May 30, 2021
Issa al-Abbasi, primo de Jawad, também submeteu um testemunho ao Centro de Informações Wadi Hilweh, no qual recordou receber as notícias da agressão em sua casa e correr ao local, onde encontrou a polícia armada em torno do menino.
“Chamamos uma ambulância, mas os policiais insistiam em prendê-lo”, observou Issa.
“Quando chegamos ao hospital, a polícia veio dizer que não havia atropelado”, prosseguiu. “Jawad, como fazem as crianças, saiu de sua casa para comprar pão e pôs a bandeira em sua bicicleta. É a bandeira de seu país, qual o seu crime?”
O Ministério de Relações Exteriores e Expatriados da Autoridade Palestina emitiu uma nota de repúdio ao ataque da polícia israelense, ao descrevê-lo como “tentativa de assassinato e crime hediondo equivalente a lesa-humanidade”.
A chancelaria palestina reiterou a responsabilidade do governo israelense pelo incidente.
Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967 e anexou toda a cidade em 1980 — medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.
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