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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Há três anos, a paramédica Razan Al-Najjar morria ao socorrer outras vítimas de Israel

Razan Al-Najjar [Twitter]
Razan Al-Najjar [Twitter]

Neste 1º de junho, moradores de Gaza recordam a morte cruel da paramédica Razan Al-Najjar, assassinada por soldados israelenses quando ela tentava socorrer um palestino ferido na fronteira de Gaza, durante a Marcha do Retorno de 2018.

A morte de Razan Al-Najjar elevou para 119 o número de palestinos mortos em manifestações semanais lançadas em 30 de março na Faixa de Gaza, um enclave há muito sujeito a opressores embargos israelenses e egípcios.

Aos 21 anos, a jovem trajava uniforme branco dos profissionais da saúde e se voluntariou para ir à marcha onde vários palestinos estavam sendo alvo das balas desferidas pela ocupação israelense para reprimir o protesto pacífico em direção à cerca fortificada, a leste da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza. Naquela altura, já haviam morrido 118 palestinos enquanto marchavam para afirmar ao mundo seu direito de retornar aos territórios ocupados de 1948, dos quais suas famílias foram expulsas durante a Nakba tornam-se refugiadas em Gaza. Al-Najjar foi a 119ª vítima fatal. Centenas de outras sairam feridas, cegas por balas nos olhos ou aleijadas por tiros nos joelhos e coluna.

Em abril daquele ano, a paramédica foi ouvida pela agência Reuters, quando afirmou que acompanharia os protestos até o final. Diante da violência da ocupação, ela decidu não recuar na prestação de socorros e no seu próprio protesto. No facebook ela deixou uma mensagem que até hoje comove os palestinos:

“Estou voltando e não recuando”, escreveu ela, acrescentando:

Acerte-me com suas balas. Eu não estou com medo.

De acordo com uma testemunha ouvida pela agência Reuters à época, ela tentava alcançar uma vítima atingida e “ergueu as mãos de forma clara, mas soldados israelenses atiraram e ela foi atingida no peito”.

Na época, um um comunicado militar informou que as FDI investigariam a morte de Najar

Em sua casa em Khan Younis, a mãe de Al-Najjar desmaiou ao receber o uniforme manchado de sangue de sua filha.

Acompanhado por milhares de pessoas, o corpo da jovem foi embrulhado em uma bandeira palestina e carregado em uma maca  pelas ruas durante seu funeral.

LEIA: Balanço de onze dias de bombardeio à Gaza

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