Houthi condena Emirados Árabes por turistas de Israel em Socotra e base aérea na ilha de Mayun

Árvores de sangue de dragão se erguem umas sobre as outras na Ilha Iemenita de Socotra, em 27 de março de 2013 [Khaled Fazaa/AFP/Getty Images]

O Governo de Salvação Nacional liderado por Houthi (NSG, na sigla em inglês) do Iêmen condenou a coalizão liderada pelos sauditas, e mais precisamente os Emirados Árabes, por causa das recentes controvérsias relacionadas à ilha Socotra do país e à ilha Mayun no Estreito de Bab El-Mandeb.

Na segunda-feira, o Ministério do Turismo do NSG emitiu um comunicado acusando os Emirados Árabes de violar a lei internacional após relatos de que havia transferido ilegalmente turistas israelenses para Socotra, amplamente visto como uma força de ocupação.

“A transferência de turistas para a Ilha de Socotra revela os planos e programas da ocupação dos Emirados Árabes, que estão de acordo com os esquemas sionistas de dominar as ilhas iemenitas, bem como os passos para a normalização com o regime”, disse o comunicado.

Como os Emirados Árabes realizam viagens, incluindo voos diretos e emissão de vistos sem a permissão das autoridades iemenitas, incluindo o governo internacionalmente reconhecido, essas viagens são consideradas ilegais e uma violação da soberania do Iêmen.

Também foi relatado no domingo por Al-Masirah que o primeiro-ministro do NSG, Abdulaziz Bin Habtoor, denunciou os planos conjuntos dos Emirados Árabes e de Israel para construir uma base de espionagem na ilha, além da construção em andamento de uma base aérea estrategicamente localizada na ilha de Mayun.

Haboor alertou que a “criação de qualquer instalação pela coalizão liderada pelos sauditas em terras ocupadas não só afetaria diretamente a segurança do Iêmen, mas ameaçaria toda a região”. Habtoor também mencionou a presença ocupante dos sauditas na província oriental de Al-Mahra entre as violações da soberania do Iêmen.

Ele pediu o fim imediato das violações que servem à “agenda sionista” na região e responsabilizou a ONU e o Conselho de Segurança pela guerra em curso contra o Iêmen.

De acordo com um relatório recente do Brookings, tanto a Arábia Saudita quanto os Emirados Árabes buscam consolidar suas posições estratégicas no Iêmen. Ao controlar Mahrah, os sauditas ganharam acesso direto ao Oceano Índico, com planos de construir um oleoduto da Província Oriental do reino até o mar, evitando, assim, a dependência do Estreito de Ormuz.

Os Emirados Árabes, por outro lado, ao ocupar o Mayun e o Socotra, estariam em uma posição-chave para controlar o Bab El-Mandeb e o Golfo de Aden, ao mesmo tempo em que coletam informações sobre o tráfego marítimo.

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