As chances de uma troca de prisioneiros entre Israel e Hamas aumentaram nos últimos dias, relatou um oficial israelense de alto escalão ao jornal Yedioth Ahronoth, ao afirmar que Tel Aviv aguarda que mediadores egípcios tragam a oferta palestina para concluir o acordo.
“O Egito está interessado na questão e compreende que, sem solução ao problema dos prisioneiros e desaparecidos [israelenses], não haverá reconstrução à extensa destruição na Faixa de Gaza”, declarou a fonte em condição de anonimato.
“O lado egípcio, ao conquistar um cessar-fogo, tornou o Cairo um valioso recurso aos olhos do governo dos Estados Unidos do presidente Joe Biden, que então considera o país essencial para manter a estabilidade na região”, prosseguiu o oficial.
“Trata-se de uma enorme vitória para o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi”, reiterou. “Desta forma, os egípcios estão determinados em alcançar um novo acordo e espera-se que tragam uma oferta à mesa de negociações nos próximos dias”.
A reportagem destacou ainda que o Ministro da Defesa de Israel Benny Gantz “debaterá tais questões com sua contraparte americana durante rápida visita a Washington hoje, na qual espera esclarecer a insistência de Israel em libertar os detidos pelo Hamas”.
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Segundo as informações, uma delegação de segurança israelense deve visitar o Cairo em breve para debater a matéria.
Não está claro quantos prisioneiros o Hamas exigirá em troca dos quatro prisioneiros de guerra israelenses que supostamente mantém. Na segunda-feira (31), Yahya al-Sinwar, líder do movimento palestino em Gaza, expressou disposição para “negociações imediatas”.
Após reunir-se com o general Abbas Kamel, chefe do Serviço de Inteligência do Egito, na Faixa de Gaza sitiada, Sinwar aconselhou repórteres a “anotar o número 1.111”.
“Vocês se lembrarão bem no futuro”, enfatizou.
Sobre a sugestão de Sinwar, o oficial israelense argumentou, em referência a palestinos acusados de assassinato ou terrorismo: “O problema não é quantidade, mas sim qualidade. Não libertaremos presos com sangue nas mãos”.
De acordo com um relatório recente, Israel mantém mais de 4.500 palestinos aprisionados em suas cadeias, incluindo 39 mulheres e 180 menores de idade.