A Presidência iraquiana exigiu ontem da Turquia a retirada de suas tropas do Iraque e condenou o bombardeio de Ankara ao campo de refugiados de Makhmour, no norte do país, que levou à morte de três pessoas no sábado.
“Enfatizamos a necessidade de impedir a violação da soberania iraquiana e a retirada das forças turcas presentes nas regiões [do Curdistão] e Mosul, o que é uma violação do princípio da boa vizinhança e uma violação das normas e pactos internacionais”, disse a Presidência iraquiana em uma declaração, acrescentando que “o recente ataque ao campo de Makhmour é uma escalada perigosa que põe em perigo a vida dos cidadãos, inclusive dos refugiados, e é inconsistente com o direito internacional e humanitário”.
A presidência iraquiana enfatizou a importância de fortalecer as relações com a Turquia com base em interesses comuns, resolvendo problemas de fronteira e arquivos de segurança através da cooperação e coordenação, rejeitando práticas unilaterais na abordagem de questões pendentes.
“O Iraque se recusa a ser um campo de batalha para outros e também se recusa a ser um trampolim para agressões contra qualquer pessoa”, disse a declaração.
No sábado anterior, aviões de guerra turcos bombardearam o campo de refugiados de Makhmour, que abriga mais de 12.000 refugiados curdos que fugiram da perseguição na Turquia nos anos 90. O campo de refugiados está localizado em áreas disputadas entre Erbil e Bagdá.
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O Iraque também repudiou um ataque realizado pelas milícias do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) contra as forças de Peshmerga no sábado.
“A presença militar do PKK dentro do território iraquiano, incluindo a região do Curdistão, é ilegal, e deve-se trabalhar para pôr fim a esses abusos que minam a estabilidade do Iraque e a segurança dos cidadãos iraquianos”, disse, acrescentando que o Iraque não deve ser usado como uma “plataforma para ameaçar a segurança dos vizinhos”.