O Município de Jerusalém, administrado por israelenses, emitiu ordens, na segunda-feira, de demolição para dezenas de famílias palestinas do subúrbio de Al-Bustan, no bairro ocupado de Silwan, em Jerusalém Oriental.
O aviso de demolição afirmava: “Gostaríamos de informar que faremos a demolição de acordo com a decisão do tribunal. Para minimizar os danos, você deve deixar a casa em até 21 dias após o recebimento desta carta. O município não é responsável por danos materiais se a casa não for evacuada conforme mencionado”.
Isso aconteceu depois que o tribunal israelense adiou sua decisão sobre um recurso apresentado no mês passado por duas das sete famílias palestinas em Silwan que enfrentam o deslocamento forçado de suas casas.
Do lado de fora, moradores de Silwan se reuniram ao lado de dezenas de apoiadores para denunciar as ordens de demolição.
No entanto, as forças de segurança israelenses perturbaram violentamente a manifestação, espancando manifestantes e prendendo Sultan Surhan, de 16 anos, e Qutaiba Odeh, um residente de Silwan cuja casa está ameaçada com uma ordem de demolição.
Qutaiba Odeh disse que o que estava acontecendo em Sheikh Jarrah agora está acontecendo em Silwan.
O bairro Al-Bustan em Silwan, ao sul da Cidade Velha, tem 119 famílias em 88 prédios que estão sob ameaça de demolição para dar lugar a um parque arqueológico israelense.
O município de Jerusalém já mudou oficialmente o nome de Al-Bustan para Gan Hamelekh (O Jardim do Rei), alegando que era um jardim para reis israelitas há milhares de anos.
A política amplamente praticada por Israel de demolição de casas e destruição de outras propriedades tem como alvo famílias inteiras. Essas demolições são consideradas punições coletivas ilegais e constituem uma violação do direito internacional dos direitos humanos.