A polêmica escritora e apresentadora de TV kuwaitiana, Fajr Al-Saeed, provocou indignação nas redes sociais depois que ela apareceu em um canal de TV israelense e expressou apoio à normalização dos laços com Israel.
Um vídeo da entrevista de Al-Saeed com a TV KAN11 viralizou ontem, nele ela afirmou ser uma representante da “maioria silenciosa [no Kuwait] que está inclinada à paz”, acrescentando que ela é uma “grande defensora da normalização com Israel”.
Al-Saeed comentou sobre o membro do Knesset israelense, Abbas Mansour, que recentemente concordou em fazer parte de uma coalizão governamental num esforço para destituir o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o que ficou mais tempo no cargo. O novo governo seria liderado pelo líder de extrema direita, Naftali Bennett. Al-Saeed disse que não reconhece Abbas, porque ele é praticamente intelectualmente e ideologicamente afiliado ao movimento da Irmandade Muçulmana.
Abbas, 47 anos, é o vice-presidente do ramo sul do Movimento Islâmico em Israel, que em 1995 se separou do ramo norte do Movimento Islâmico, liderado pelo Sheikh Raed Salah, em um esforço para concorrer à eleição de Israel no ano seguinte. Ele estabeleceu o partido Ra’am, também conhecido como a Lista Árabe Unida.
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Al-Saeed passou a criticar o Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, e seu líder, Ismail Haniyeh, alegando que os palestinos estão sendo punidos por causa dele e das políticas do movimento.
As declarações controversas provocaram tumultos nas redes sociais com muitos usuários pedindo que ela fosse punida, especialmente porque suas opiniões vão contra a posição oficial do país sobre Israel.
Em maio, após a agressão israelense à Faixa de Gaza sitiada, a Assembléia Nacional do Kuwait (parlamento) aprovou em princípio emendas para endurecer as penas da lei que proíbe a negociação ou a normalização com Israel, em um esforço para reafirmar a posição do Kuwait em relação à causa palestina, informou a KUNA.