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Os uigures vivem na ‘paisagem infernal distópica’ da China, diz a Anistia

Pessoas se reúnem na Turquia para protestar contra as políticas da China e as violações dos direitos humanos contra os uigures, em 25 de março de 2021 [Eren Bozkurt/Agência Anadolu]

A região de Xinjiang, no extremo oeste da China, tornou-se uma “paisagem infernal distópica”, em que uigures e outras minorias étnicas predominantemente muçulmanas enfrentam “internamento e tortura em massa, que constituem crimes contra a humanidade”, afirma o grupo de direitos humanos Anistia.

Mais de 50 ex-detentos de campos compartilharam novos testemunhos com a Anistia, fornecendo relatos detalhados sobre as condições e o tratamento de uigures e outros grupos nos campos de internamento sancionados pelas autoridades chinesas desde 2017.

Em um relatório publicado ontem, a Anistia afirma que o documento fornece o relato mais abrangente de todos os tempos da vida dentro dos campos de internamento.

As evidências que a Anistia Internacional reuniu fornecem uma base factual para a conclusão de que o governo chinês cometeu pelo menos os seguintes crimes contra a humanidade: prisão, tortura e perseguição.

Do final de 2019 até meados de 2021, a Anistia tem investigado esses abusos, diz o grupo.

Na quarta-feira, uma reportagem da CNN levantou preocupação sobre a deportação de uigures de países muçulmanos.

Turquia, Emirados Árabes, Egito e Arábia Saudita estão entre os países que estão deportando muçulmanos uigures para a China.

Os uigures, um grupo étnico predominantemente muçulmano de língua turca, originário da região noroeste da China de Xinjiang, foram alvo de perseguições religiosas e étnicas por parte das autoridades chinesas nos últimos anos. Mais de um milhão foram mantidos em campos de detenção, disse a Organização das Nações Unidas no ano passado.

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