A região de Xinjiang, no extremo oeste da China, tornou-se uma “paisagem infernal distópica”, em que uigures e outras minorias étnicas predominantemente muçulmanas enfrentam “internamento e tortura em massa, que constituem crimes contra a humanidade”, afirma o grupo de direitos humanos Anistia.
Mais de 50 ex-detentos de campos compartilharam novos testemunhos com a Anistia, fornecendo relatos detalhados sobre as condições e o tratamento de uigures e outros grupos nos campos de internamento sancionados pelas autoridades chinesas desde 2017.
Em um relatório publicado ontem, a Anistia afirma que o documento fornece o relato mais abrangente de todos os tempos da vida dentro dos campos de internamento.
As evidências que a Anistia Internacional reuniu fornecem uma base factual para a conclusão de que o governo chinês cometeu pelo menos os seguintes crimes contra a humanidade: prisão, tortura e perseguição.
Do final de 2019 até meados de 2021, a Anistia tem investigado esses abusos, diz o grupo.
Na quarta-feira, uma reportagem da CNN levantou preocupação sobre a deportação de uigures de países muçulmanos.
Turquia, Emirados Árabes, Egito e Arábia Saudita estão entre os países que estão deportando muçulmanos uigures para a China.
Os uigures, um grupo étnico predominantemente muçulmano de língua turca, originário da região noroeste da China de Xinjiang, foram alvo de perseguições religiosas e étnicas por parte das autoridades chinesas nos últimos anos. Mais de um milhão foram mantidos em campos de detenção, disse a Organização das Nações Unidas no ano passado.
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