Benjamin Netanyahu, premiê israelense que mais tempo permaneceu no poder, foi enfim retirado do cargo por uma frágil coalizão que abrange rivais ao longo do espectro político, cujo denominador comum foi o anseio por encerrar seus doze anos de governo.
O parlamento israelense (Knesset) aprovou o novo governo neste domingo (13), pelo placar acirrado de 60 votos a favor e 59 votos contrários, encerrando assim o período de doze anos consecutivos no qual Netanyahu liderou o estado sionista.
Após confirmada sua derrota, Netanyahu declarou à agência Reuters: “Nós voltaremos, em breve”. O agora ex-primeiro-ministro prometeu trabalhar como oposição para “derrubar este perigoso governo” e retornar ao poder.
O ultranacionalista Naftali Bennett será chefe de governo pelos primeiros dois anos do mandato de premiê e então concederá a vaga a seu aliado centrista, Yair Lapid, no período restante.
Bennett já descartou qualquer hipótese de um estado palestino independente e reiterou que Israel deverá manter controle absoluto sobre todas as terras que ocupa.
O autodenominado “governo de mudança” — uma amálgama de políticos opostos, da linha dura fundamentalista judaica a até mesmo um pequeno partido árabe-islâmico — tomou posse ainda neste domingo.
Fawzi Barhoum, porta-voz do movimento palestino Hamas, comentou: “Não importa a face do governo de Israel, a forma como olhamos para a entidade sionista não muda. Trata-se de ocupação e colonização, às quais devemos resistir por nossos direitos”.
LEIA: Com ou sem Netanyahu, Israel e Gaza enfrentam dias de difíceis decisões pela frente