A Arábia Saudita exortou ontem o governo iemenita com sede em Riad e internacionalmente reconhecido a regressar à sua capital interina, na cidade portuária de Aden, no sul.
De acordo com um comunicado no Twitter postado pelo embaixador saudita no Iêmen, Mohammed Al-Jaber, o governo iemenita liderado pelo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi deve retornar a Aden em conformidade com o acordo de divisão de poder assinado há dois anos, conhecido como Acordo de Riad.
Seus comentários foram feitos em meio a conversas em andamento, facilitadas pelo reino entre a administração de Hadi e o Conselho de Transição do Sul (STC, na sigla em inglês) apoiado pelos Emirados Árabes, que continua sendo uma força poderosa em várias cidades do sul, incluindo Aden, que está sob seu controle desde 2019.
“A Arábia Saudita está trabalhando com as partes do Acordo de Riad para finalizar sua implementação”, disse ele. “Esperamos que todos coloquem o interesse do povo iemenita acima de tudo e acelerem o retorno do governo”, acrescentou.
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Em um artigo de opinião no Arab News ontem, Hamdan Al-Shehri afirmou: “Embora seja evidente que o Reino deseje estabilizar o Iêmen e aliviar o sofrimento de seu povo, a determinação de alguns partidos iemenitas em complicar ainda mais a política do país e a segurança, bem como as condições de vida agravadas, são igualmente evidentes”.
Em abril, o primeiro-ministro iemenita, Maeen Abdulmalik Saeed, fez uma visita ao país depois de fugir de Aden de volta para a Arábia Saudita no mês anterior, após uma milícia afiliada ao STC invadir o Palácio Presidencial, supostamente por causa de salários não pagos e deterioração das condições de vida.
No início deste mês, homens armados apoiados pelo STC também apreenderam a sede da Agência de Notícias Oficial do Iêmen (SABA).