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Netanyahu alerta contra estado palestino em mensagem final a Israel

Ex-premiê israelense Benjamin Netanyahu durante sessão especial do parlamento (Knesset), em Jerusalém ocupada, 2 de junho de 2021 [Ronen Zvulun/AFP via Getty Images]

Em uma de suas mais beligerantes contestações aos anseios nacionais do povo palestino, o agora ex-premiê israelense Benjamin Netanyahu exortou parlamentares a impedir a criação de um estado palestino, ao alegar ser uma ameça à existência de Israel.

Em discurso no Knesset, logo antes da votação que aprovou o novo governo e encerrou seus doze anos de poder, no domingo (13), Netanyahu enalteceu seu histórico em rejeitar a pressão internacional para suspender a construção de assentamentos ilegais na Palestina ocupada.

O ex-primeiro-ministro também vangloriou-se de sua oposição ao acordo nuclear iraniano e desafiou o novo governo de coalizão, liderado pelo nacionalista de extrema-direita Naftali Bennett a resistir a toda e qualquer pressão da comunidade internacional.

“Além do Irã, o segundo desafio que enfrentamos é impedir a criação de um estado palestino que ameaça nossa própria existência”, afirmou Netanyahu. “A nova administração dos Estados Unidos já ressuscitou esforços nesse sentido”.

Desde que assumiu posse em janeiro, o presidente americano Joe Biden busca rapidamente desfazer os danos de seu predecessor Donald Trump, sobretudo ao recuperar o acordo nuclear com Teerã, assinado em 2015 e revogado unilateralmente em 2018.

Israel e aliados no Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, foram os mais enfáticos oponentes ao acordo assinado por potências europeias, Estados Unidos, Rússia e China, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA).

Netanyahu condenou ainda a posição de Biden contra a expansão do empreendimento colonial israelense, por meio de assentamentos considerados ilegais pela lei internacional.

LEIA: Entre os EUA e Israel, de quem é a palavra final?

“[Washington] já nos exigiu que congelássemos a construção dos assentamentos em Judéia e Samaria [Cisjordânia ocupada] e de novos bairros judeus em Jerusalém. Rejeito firmemente este apelo para congelar as obras de Arnona e Givat Hamatos”, enfatizou.

Netanyahu criticou também os planos americanos de reabrir seu consulado em Jerusalém Oriental, ao alegar que a iniciativa “coloca a divisão da cidade de volta à agenda”. Segundo o ex-premiê, a representação palestina deveria restringir-se à área externa de Abu Dis.

Os palestinos rejeitam a proposta israelense de tornar Abu Dis a capital de seu futuro estado, em detrimento de sua reivindicação por Jerusalém ocupada. O esquema foi promovido também pelo governo Trump, como parte de seu fracassado “acordo do século”.

Apesar de certo otimismo em torno da queda de Netanyahu, não há indícios de que o novo governo mudará o curso na questão crucial dos direitos do povo palestino.

Bennett, que lidera o partido ultranacionalista Yamina, descreve a si mesmo como “mais à direita” que Netanyahu e mantém uma postura agressiva contra o povo palestino, por exemplo, ao retratar negociações para criação de um estado como “suicídio” a Israel.

O novo premiê israelense também é notório apoiador da anexação ilegal da maior parte da Cisjordânia ocupada.

Novo governo de Israel: nada vai mudar [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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