Hamas aumenta base de apoio na Palestina após ataques de Israel, mostra pesquisa

Uma nova pesquisa publicada ontem (16) revelou um aumento drástico no apoio popular ao Hamas, após a brutal ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, no último mês.

Conduzido pelo Centro de Pesquisa Política e Estatística da Palestina, com sede em Ramallah, o estudo entrevistou 1.200 palestinos na Cisjordânia ocupada e Gaza, na última semana.

Cerca de 53% dos entrevistados afirmaram que o Hamas é “mais merecedor de representar e liderar o povo palestino”.

Segundo a pesquisa, a maioria dos palestinos (77%) crê que o Hamas saiu vitorioso após os onze dias de ataques de Israel. Apenas 1% dos entrevistados alegaram êxito israelense; 18% afirmaram que nenhum lado foi bem-sucedido e 2% que ambos os lados venceram.

“As presentes descobertas não são fundamentalmente distintas do que inferimos no passado imediatamente após confrontos similares Hamas-Israel”, observou o centro em seu website.

“Portanto, podem refletir uma reação emocional provisória capaz de reverter-se ao que era antes”, prosseguiu. “A mudança de posturas passionais à situação normal costuma levar de três a seis meses, como vimos em pesquisas anteriores”.

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Não obstante, o apoio ao partido Fatah, liderado pelo Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, demonstrou queda. Caso fossem realizadas hoje as eleições presidenciais, Ismail Haniyeh, líder do Hamas, conquistaria 59% dos votos contra 27% de Abbas.

“Claramente, aos olhos do público, o Hamas saiu vencedor”, declarou Khalil Shikaki, diretor do centro de pesquisa. Porém, observou que é possível que o movimento enfrente dificuldades para preservar seus ganhos, dado que pouco influencia na conjuntura em Jerusalém.

Abbas pode reconquistar algum apoio, sugeriu Shikaki, caso demonstre iniciativa, seja ao reformar a Autoridade Palestina — considerada cada vez mais corrupta e autoritária — ou obter algum avanço diplomático, após doze anos de hiato no “processo de paz”.

“Infelizmente, até então, não vemos Abbas tomar uma iniciativa. Não o vemos falar ao público, não possui uma estratégia e sequer um plano. Ao contrário, espera … Não penso que apenas isso vai funcionar, salvo se o Hamas falhar miseravelmente”, concluiu Shikaki.

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