A ministra das Relações Exteriores do Sudão, Mariam Al-Sadiq Al-Mahdi, descartou o uso da força para impedir o segundo enchimento da Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD, na sigla em inglês), informou a mídia sudanesa na sexta-feira.
“O primeiro enchimento da barragem foi uma facada nas costas”, disse ela em declarações à imprensa, observando que isso causou um “choque massivo” na confiança entre os dois países.
O ministro acusou a Etiópia de usar a questão da barragem para mobilizar a opinião pública internacional e africana contra o Sudão.
O Egito e o Sudão veem a barragem como uma ameaça por causa de sua dependência das águas do Nilo, enquanto a Etiópia a considera essencial para sua eletrificação e desenvolvimento.
A Barragem do Renascimento tem sido uma fonte de tensão na Bacia do Nilo desde 2011. Em abril, as negociações de uma década entre a Etiópia e os países a jusante, Egito e Sudão, chegaram a um beco sem saída.
Egito e Sudão esperavam que um acordo sobre as operações da barragem fosse alcançado antes do início do enchimento do reservatório no ano passado.
Em seguida, eles insistiram em chegar a um acordo permanente que respeite os interesses dos três países, evitando medidas unilaterais relacionadas à barragem.
A Etiópia agora se prepara para o segundo enchimento, que deve ocorrer na próxima estação chuvosa – julho e agosto.
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