A Anistia Internacional e o Human Rights Watch (HRW) descreveram a vitória de Ebrahim Raisi nas eleições presidenciais do Irã como golpe aos direitos humanos e exortaram uma investigação sobre seu papel na execução extrajudicial de milhares de presos políticos.
As informações são da agência Reuters.
Teerã jamais reconheceu as execuções em massa, realizadas em 1988, e Raisi jamais abordou publicamente as alegações sobre sua participação no episódio.
Entretanto, alguns clérigos conservadores insistem em enaltecer a “eliminação” de uma suposta oposição armada remanescente da Revolução Islâmica de 1979.
“Que Raisi chegou à presidência ao invés de investigado por crimes contra a humanidade, como assassinato, desaparecimento e tortura, é uma recordação sinistra de que a impunidade reina no Irã”, afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia, sediada em Londres.
“Continuamos a exigir que Ebrahim Raisi seja investigado por seu envolvimento em crimes passados e ainda em curso, conforme a lei internacional, incluindo por estados que exercem jurisdição universal”, acrescentou Callamard.
LEIA: Novo presidente do Irã é ‘radical’ e comprometido com avanço nuclear, alega Israel
O Human Rights Watch, com sede em Nova York, reverberou os apelos.
“Autoridades iranianas abriram caminho para que Ebrahim Raisi se tornasse presidente, através de atos de repressão e eleições inadequadas”, declarou Michael Page, vice-diretor para Oriente Médio do Human Rights Watch, em comunicado.
“Como chefe do repressivo judiciário iraniano, Raisi supervisionou alguns dos crimes mais hediondos da história recente do país, o que exige que seja investigado e responsabilizado, ao invés de eleito ao cargo máximo do governo”, enfatizou a organização humanitária.