Forças leais ao general Khalifa Haftar, comandante da coalizão paramilitar que controla o leste da Líbia, fecharam a fronteira com a Argélia neste domingo (20), após um envio massivo de suas tropas ao sul do país, em contraposição aos esforços para unificar o país.
As informações são da agência Reuters.
Na última semana, o chamado Exército Nacional da Líbia (ENL), liderado por Haftar, enviou combatentes à cidade de Sebha, no sul do país, sob controle de forças aliadas, e então encaminhou mais tropas a uma travessia de fronteira com o território argelino.
“As forças armadas fecharam a fronteira líbio-argelina e a declararam zona militar na qual é proibido o movimento”, declarou o Departamento de Orientação Moral, como é denominada a unidade de imprensa da coalizão paramilitar.
A fronteira entre Líbia e Argélia, de quase mil quilômetros de extensão, corta um deserto majoritariamente inabitado e possui poucas travessias.
Haftar teve de recuar no último ano após o colapso de sua ofensiva de catorze meses contra a capital Trípoli, à medida que um novo governo de união nacional, instituído conforme o processo de paz mediado pela ONU, pôs em questão sua posição política.
Entretanto, apesar do progresso político na Líbia, após uma década de violência, a maioria do país ainda é controlada por milícias, com enorme corrupção e envolvimento contínuo de forças estrangeiras, incluindo grupos mercenários.
Esperava-se algum progresso neste domingo, ao implementar termos de um cessar-fogo militar em vigor desde setembro, com a reabertura planejada das principais rodovias costeiras ao longo da linha de batalha.
Potências estrangeiras devem se reunir em Berlim nesta semana para debater a Líbia.
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