Neste domingo (20), Israel voltou a condenar a eleição do juiz conservador Ebrahim Raisi como novo presidente do Irã, ao descrever o adversário regional como “regime de algozes” e rechaçar mais outra vez a negociação do acordo nuclear iraniano.
As informações são da agência Reuters.
Raisi — sob sanções dos Estados Unidos por abusos de direitos humanos — assegurou sua esperada vitória no pleito presidencial, neste sábado (19), após uma disputa marcada pela apatia do eleitorado, devido à crise socioeconômica e restrições políticas.
O premiê israelense Naftali Bennett, ao comandar sua primeira reunião de gabinete televisionada desde a posse do governo, na última semana, alegou que a ascensão de Raisi foi viabilizada pelo Supremo Líder Ali Khamenei, ao invés do voto popular.
“A eleição de Raisi é a última chance das potências globais acordarem antes de ressuscitar o acordo nuclear e compreenderem com quem negociam”, declarou Bennett.
“Trata-se de um regime de algozes brutais ao qual jamais devemos permitir que desenvolva armas de destruição em massa”, prosseguiu o novo premiê israelense. “A posição de Israel sobre este assunto permanece a mesma”.
LEIA: Eleições presidenciais do Irã terão impacto na comunidade internacional
Raisi é acusado de crimes de lesa-humanidade pela execução extrajudicial de milhares de presos políticos, em 1988. Entretanto, jamais abordou publicamente as alegações.
Bennett, político ultranacionalista que ascendeu ao poder após reunir uma coalizão frágil e abrangente, manteve a oposição de seu antecessor Benjamin Netanyahu ao acordo nuclear assinado entre Teerã e potências internacionais, em 2015.
Israel alega que o tratado é muito permissivo no que se refere a pesquisas com potencial armamentista. A república islâmica nega qualquer motivação beligerante.
Alinhado à posição israelense, o ex-presidente americano Donald Trump revogou unilateralmente o pacto em 2018. Seu sucessor Joe Biden conduz negociações para restaurar o acordo, conforme promessa de campanha.