Mathias Döpfner, diretor-executivo da gigante editorial europeia Axel Springer, sediada em Berlim, sugeriu a seus 16 mil funcionários que procurem um novo emprego, caso tenham um problema com a bandeira israelense hasteada na fachada de seus edifícios.
Segundo relatos, diversos profissionais levantaram preocupações sobre a bandeira israelense instalada na sede da empresa durante os onze dias de ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza sitiada, no último mês.
“Vou ser bem franco com vocês, penso que se alguém tem problemas com a bandeira israelense colocada ali por uma semana, após atos antissemitas, deve procurar um novo emprego”, declarou Döpfner em videoconferência com funcionários de todo o mundo.
Por onze dias, Israel lançou bombardeios contra Gaza, que resultaram em 254 palestinos mortos, incluindo 66 crianças, e mais de 1.900 feridos.
A Axel Springer, maior casa editorial digital da Europa, foi fundada em 1946, na então Alemanha Ocidental, e possui diversas marcas, como o jornal Die Welt, o tabloide Bild, o website Business Insider, a revista Politico Europe, entre outras.
A rede também é proprietária do maior site de anúncios classificados de Israel, o Yad2, segundo informações do jornal The Jerusalem Post.
Entre os cinco valores fundamentais da marca, reitera o website da companhia: “Apoiamos o povo judeu e o direito à existência do Estado de Israel”.
Sobre a queixa de alguns funcionários, comentou Döpfner: “Após semanas de terríveis manifestações antissemitas, decidimos erguer em nossa sede, ao lado das bandeiras europeia, alemã e berlinense, uma bandeira israelense como forma de solidariedade”.
Em referência às apreensões de alguns profissionais em trabalhar para uma empresa que apoia a entidade colonial em meio a uma ofensiva militar, acrescentou: “Parece um bom ponto, mas essa pessoa não se encaixa nos valores da empresa … bastante simples”.
Uma bandeira israelense foi instalada na fachada da sede alemã da Axel Springer em resposta a protestos pacíficos em apoio ao povo palestino por todo o país.
Recentemente, o autor alemão Fabian Wolff, de origem judaica, criticou a grande imprensa do país por sua flagrante postura pró-Israel.
“A abordagem da mídia alemã não concentra-se nos judeus ou como melhor combater o antissemitismo”, declarou Wolff. “Ao contrário, trata-se de fazer com que os alemães sintam-se bem consigo mesmos, ao alimentar certo complexo de superioridade nacional”.
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