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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Anistia destaca comentário da extrema direita israelense: “Esta noite não somos judeus, somos nazistas”

Israelenses de extrema-direita seguram bandeiras de Israel, em Jerusalém, 15 de junho de 2021 [Esat Fırat/Agência Anadolu]

Os supremacistas israelenses de extrema-direita compartilharam selfies posando armados com mensagens como “Esta noite não somos judeus, somos nazistas” durante a recente repressão do estado de ocupação contra os manifestantes palestinos, confirmou um novo relatório da Anistia Internacional. A repressão brutal aconteceu após uma demonstração de solidariedade sem precedentes dos cidadãos palestinos de Israel, que realizaram uma greve geral em protesto contra a ofensiva de onze dias de Israel à Faixa de Gaza, que matou mais de 250 pessoas, incluindo dezenas de mulheres e crianças.

O relatório investigou a conduta da polícia israelense durante a repressão contra os palestinos em maio e junho. Ele constatou que um rol de violações fora cometido por oficiais de segurança contra palestinos em Jerusalém Oriental ocupada, incluindo o uso de força ilegal contra manifestantes pacíficos, operações de detenção em massa e a sujeição de detentos à tortura e outros maus-tratos.

O grupo de direitos humanos verificou 45 vídeos e outros meios digitais para documentar mais de vinte casos de violações da polícia israelense entre 9 de maio e 12 de junho. Centenas de palestinos foram feridos na repressão e um garoto de 17 anos foi morto a tiros.

Realçando a brutalidade sistemática da polícia, as descobertas são tão condenatórias quanto profundamente preocupantes. As ações da polícia israelense não só foram repressivas, mas também discriminatórias, visando os palestinos de forma desproporcional. O relatório concluiu que os oficiais israelenses não conseguiram proteger os cidadãos palestinos de Israel de ataques premeditados por grupos de supremacistas judeus armados, mesmo quando os planos haviam sido divulgados com antecedência, portanto a polícia já sabia ou deveria saber deles.

Em 10 de junho, a polícia israelense prendeu mais de 2.150 pessoas. Mais de noventa por cento dos presos eram cidadãos palestinos de Israel ou residentes de Jerusalém Oriental. O relatório constatou que a grande maioria foi presa por ofensas, como “insultar ou agredir um policial” ou “participar de uma reunião ilegal”, em vez de ataques violentos a pessoas ou propriedades.

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Além da brutal repressão, a polícia israelense também não conseguiu proteger os palestinos da supremacia judaica que organizou e divulgou ataques com antecedência. A Anistia verificou 29 mensagens de texto e áudio em grupos abertos do Telegram e WhatsApp, revelando como os aplicativos foram utilizados para recrutar homens armados e organizar ataques contra palestinos em cidades como Haifa, Acre, Nazaré e Lod entre 10 e 21 de maio.

As organizações de defesa dos direitos humanos apresentam um quadro chocante da odiosa violência comunitária contra os palestinos. A Anistia descobriu que as mensagens incluíam instruções sobre onde e quando reunir, tipos de armamento a usar e até mesmo que roupas usar para evitar confundir judeus oriundos do Oriente Médio com árabes palestinos. Em seguida, os membros do grupo compartilharam selfies posando com armas e mensagens como “Esta noite não somos judeus, somos nazistas”.

Parlamentares eleitos se juntaram à onda de ódio que foi descrita na época como “pogroms”. Segundo a Anistia, em 12 de maio, centenas de supremacistas judeus se reuniram no Bat Yam Promenade, no centro de Israel, em resposta a mensagens recebidas do partido político Poder Judaico e outros grupos. Imagens de vídeo verificadas mostram dezenas de ativistas atacando empresas de propriedade árabe e encorajando os agressores.

O relatório também documentou torturas praticadas pelas forças de segurança israelenses. Um exemplo citado no relatório envolveu tortura no Comando Russo (Moskobiya) da delegacia de polícia em Nazaré, em 12 de maio. Uma testemunha afirmou ter visto as Forças Especiais espancando um grupo de pelo menos oito detentos presos em protestos.

“Foi como um brutal campo de prisioneiros de guerra”, disse a testemunha. “Os oficiais estavam batendo nos jovens com vassouras e chutando-os com botas de aço. Quatro deles tiveram que ser levados pela ambulância, e um deles tinha um braço quebrado”.

A Anistia está convocando a Comissão de Inquérito anunciada recentemente, do Conselho de Direitos Humanos da ONU, a investigar o alarmante padrão de violações pela polícia israelense.

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