Forças de segurança da Autoridade Palestina reprimiram ontem (24) um protesto organizado por ativistas na cidade de Ramallah, na região central da Cisjordânia ocupada, para condenar o assassinato do ativista e político de oposição Nizar Banat.
As informações são da agência Anadolu.
Testemunhas relataram que a polícia palestina dispersou a marcha, que partiu da praça al-Manara, no centro da cidade, em direção à sede de governo e escritório oficial do Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas.
Forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo e agrediram com cassetetes dezenas de ativistas; muitos relataram hematomas e dificuldades para respirar.
Os manifestantes exibiram imagens de Banat e entoaram palavras de ordem contra os serviços de segurança comandados por Abbas, ao acusá-los do assassinato.
Outro protesto contra a morte de Banat foi convocado também na praça Ibn Rushd, em Hebron (Al Khalil), na região sul da Cisjordânia ocupada.
Banat — crítico contumaz da Autoridade Palestina e ex-candidato nas eleições parlamentares canceladas por Abbas, em maio — faleceu após ser detido e espancado por forças de segurança, na madrugada desta quinta-feira.
Ammar Banat, porta-voz da família, acusou a polícia da Autoridade Palestina de executá-lo.
Segundo os familiares, forças da Inteligência Geral e Segurança Preventiva do governo de Abbas invadiram a casa de Banat às 3h30 da madrugada, no horário local, e levaram o político de oposição sob forte violência.
Nizar Banat incitou controvérsia ao sugerir que a União Europeia suspendesse seu apoio financeiro à Autoridade Palestina, devido à decisão de cancelar as eleições e ao seu histórico hediondo de violações de direitos humanos em nome da ocupação israelense.
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