Israel expandirá a zona de pesca da Faixa de Gaza e permitirá a importação de matérias-primas para indústrias essenciais no enclave a partir de hoje, anunciaram os militares israelenses.
De acordo com o Escritório do Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios [palestinos ocupados] (COGAT), a decisão que permite aos pescadores de Gaza se aventurarem a nove milhas náuticas no mar em vez de apenas seis e abrirem a travessia Kerem Shalom (Karm Abu Salem), foi tomada após “a calma situação de segurança desta última semana”.
Também foi declarado que “as medidas civis aprovadas pelo escalão político dependem da estabilidade contínua” na região.
Entretanto, os tipos de produtos permitidos em Gaza só serão expandidos quando o Hamas liberar dois prisioneiros de guerra israelenses, juntamente com os restos mortais de dois soldados, informaram os relatórios.
No início da última ofensiva israelense sobre Gaza, em 11 de maio, a ocupação fechou completamente o acesso ao mar. Desde o final da ofensiva, em 21 de maio, Israel abriu o mar apenas por seis milhas náuticas, sufocando a indústria pesqueira.
Sob os Acordos de Oslo assinados em 1993, Israel é obrigado a permitir a pesca até 20 milhas náuticas, mas isso nunca foi permitido pelo Estado de ocupação. Além disso, a marinha israelense dispara regularmente contra pescadores palestinos e confisca seus barcos e equipamentos de pesca, de tal forma que tem sido considerada uma profissão “perigosa” pelas organizações de direitos.
Só no ano passado, as forças de ocupação israelenses atacaram pescadores palestinos ao largo da costa da Faixa de Gaza em pelo menos 320 ocasiões, informou a União dos Comitês de Trabalho Agrícola (UAWC), 63 a mais do que no ano anterior. Israel também fechou a zona de pesca por 16 dias em agosto passado.
LEIA: Pescadores de Gaza protestam contra o cerco contínuo de Israel