O premiê em exercício do Líbano, Hassan Diab, aprovou hoje (25) uma proposta para financiar importações de combustíveis sob a taxa de 3.900 liras libanesas para cada dólar, ao invés do índice prévio de 1.500 liras, em meio à deterioração da crise no país.
As informações são da agência Reuters.
A menor taxa de câmbio, que efetivamente diminuirá o subsídio ao produtos combustíveis, deve aumentar o preço da gasolina e derivados de petróleo aos consumidores, mas permitir ao governo que mantenha o fornecimento por um período maior.
O Líbano enfrenta uma crise financeira descrita pelo Banco Mundial como uma das piores depressões da história moderna. A escassez de combustíveis nas últimas semanas forçou os motoristas do país a enfrentarem horas de fila por alguns poucos litros.
O programa de subsídio libanês — introduzido em 2020, ao custo de US$6 bilhões por ano, como resposta ao colapso econômico e à deterioração das condições de vida — cobre produtos essenciais, como trigo, remédios e outros.
Metade do valor é destinado à obtenção de combustíveis.
O Banco Central do Líbano solicitou ontem ao governo que conceda uma base legal para obter acesso às suas reservas mandatórias de moeda estrangeira, a fim de subsidiar as importações de combustíveis, indício de que as principais reservas do país estão esgotadas.
As reservas mandatórias — depósitos de moeda forte feitos por credores locais no Banco Central — representam uma porcentagem do fluxo de capital dos consumidores no país e não costumam ser sacadas salvo circunstâncias excepcionais, sob autorização legal.
As reservas de moeda estrangeira do Líbano chegaram a pouco mais de US$15 bilhões em março. O Banco Central não atualizou seus números desde então.
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