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MSF suspende trabalho na Líbia por tortura contra refugiados

Esquema de tortura registrado pelo navio de resgate ‘Ocean Viking’, cujas operações foram administradas pelas ongs SOS Mediterranee e Médicos Sem Fronteiras (MSF); os desenhos feitos por um refugiado sob o pseudônimo Adam referem-se a violações cometidas na prisão secreta de Bani Walid, noroeste da Líbia [Anne Chaon/AFP via Getty Images]

Após casos de tortura contra refugiados nos centros de detenção de Mabani e Abu Salim, em Trípoli, capital da Líbia, a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou na terça-feira (22) a suspensão temporária de suas atividades em ambos os locais.

“Não se trata de uma decisão fácil, pois significa que não estaremos mais presentes nos centros de detenção, onde sabemos que as pessoas sofrem diariamente”, comentou Beatrice Lau, chefe da missão do grupo humanitário no país norte-africano.

“Até que a violência tenha fim e que as condições melhorem, o MSF não pode mais fornecer serviços médicos e humanitários nas instalações”, prosseguiu Lau.

A entidade internacional emitiu ainda um apelo pelo fim das violações contra refugiados nos centros de detenção da Líbia. Desde fevereiro, relatos de maus tratos, agressões físicas e violência aumentaram exponencialmente nos centros de detenção do país.

Segundo relatório, em apenas uma semana, equipes do MSF testemunharam em primeira mão graves violações de direitos humanos e receberam ao menos três denúncias de tortura, que resultaram em danos físicos e psicológicos aos refugiados.

LEIA: ONU informa que mais de 700 migrantes da Líbia voltaram para casa

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