O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa Al-Kadhimi, anunciou que seu país estava à beira da guerra civil por causa dos confrontos entre grupos armados, observando que seu governo enfrentou muitos desafios para salvar as vidas dos iraquianos.
Al-Kadhimi enfatizou em uma entrevista ao canal estatal Al Iraqiya que a eclosão de um confronto entre Washington e Teerã em solo iraquiano durante o governo de Donald Trump era possível. Ele indicou que as partes estão tentando aumentar a tensão a fim de transformar o Iraque em uma arena de conflito armado entre Estados.
O primeiro-ministro iraquiano acrescentou que seu governo, “tem mandato de um ano, durante o qual enfrentou muitos desafios e tentativas de obstruir quaisquer passos para a reforma”.
Combate à corrupção
Al-Kadhimi prometeu avançar na luta contra a corrupção mesmo às custas da saída de seu governo, enfatizando que o país estava à beira de uma guerra civil.
O oficial iraquiano afirmou: “A queda de Mosul nas mãos do Daesh no verão de 2014 foi causada por corrupção, nepotismo e má gestão, e muitos outros problemas. Mesmo no setor de eletricidade e outros setores, descobrimos que o motivo é corrupção”.
Ele confirmou que o comitê anticorrupção está lidando com várias acusações, incluindo tortura de réus e prisão de suspeitos de um componente social, enquanto olha para o outro lado no caso de outros. No entanto, ele negou a validade dessas alegações.
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Em agosto passado, Al-Kadhimi formou um comitê especial para investigar os principais arquivos de corrupção e atribuiu as tarefas de execução de mandados de prisão a uma força especial chefiada pelo primeiro-ministro.
O primeiro-ministro prometeu: “Mesmo que o governo seja ameaçado, não suspenderemos as medidas anticorrupção e estamos dispostos a sacrificar tudo”.
A luta contra a corrupção está no topo das demandas dos protestos massivos que eclodiram no Iraque desde outubro de 2019.
O Iraque está entre os países mais corruptos do mundo, de acordo com o índice da Transparência Internacional nos últimos anos.