Um legislador turco de longa data apelou nesta terça-feira ao Egito para reverter as sentenças de morte proferidas aos membros da Irmandade Muçulmana, informou a Agência Anadolu.
“A implementação destas sentenças de morte dará um duro golpe na reputação do Egito na arena internacional”, disse Mustafa Yeneroglu, deputado do Partido Democracia e Progresso (DEVA) de Istambul, aos repórteres.
“Irá dar outro grande golpe na paz social. Causará feridas irreversíveis e irreparáveis na consciência pública. Esta decisão errada deve ser revertida o mais rápido possível”.
Yeneroglu acrescentou que os líderes e membros da Irmandade Muçulmana foram condenados em julgamentos de fachada.
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“A Turquia e o Egito deveriam abrir um novo capítulo nas relações bilaterais”, enfatizou.
A Turquia deveria trabalhar contra as sentenças de morte junto ao Conselho da Europa, a União Européia e a ONU, disse.
Em 14 de junho, a mais alta corte civil do Egito manteve as sentenças de morte de 12 membros da Irmandade Muçulmana, incluindo os líderes seniores Mohamed al-Beltagy, Safwat Hegazy, Abdel-Rahman el-Bar, Osama Yassin (ex-ministro egípcio), e Ahmed Aref.
Em agosto de 2013, o exército e a polícia dispersaram os protestos no Cairo dos partidários do presidente Mohamed Morsi, que foi deposto em julho, e em 2019 ele desmaiou em uma sala de audiências e faleceu.
De acordo com o Conselho Nacional de Direitos Humanos oficial do Egito, 632 pessoas foram mortas, incluindo oito policiais, quando as forças de segurança dispersaram violentamente os protestos pró-Morsi em Rabaa al-Adawiya e nas praças al-Nahda de Giza.
Grupos internacionais de direitos humanos, entretanto, dizem que o número de mortes foi muito maior.