A Autoridade Palestina (AP) pediu permissão a Israel para reabastecer seu estoque de equipamentos de repressão, incluindo gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, com intuito de dispersar protestos na Cisjordânia contra o assassinato extrajudicial do ativista e opositor político Nizar Banat, em Hebron (Al-Khalil), na última semana.
As informações são da rede Ynet News.
A compra de tais equipamentos pela Autoridade Palestina demanda autorização da ocupação israelense, sob quantidade limitada.
Segundo as fontes, o estoque de itens repressivos da polícia palestina está perto do fim, após sua violenta reação aos recentes protestos em Ramallah.
A Autoridade Palestina prepara-se para a possibilidade de novas manifestações nos próximos dias, após o lançamento de um comitê investigativo unilateral sobre a morte em custódia de Banat. A família da vítima, entretanto, demanda um inquérito internacional.
No último domingo (27), o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas nos territórios palestinos ocupados reivindicou uma investigação independente sobre o uso de força excessiva pela polícia palestina, a fim de identificar os responsáveis pela morte de Banat.
A agência da ONU também observou que aqueles que ordenaram a forte repressão aos protestos subsequentes em Ramallah devem ser responsabilizados.
Na segunda-feira (28), um porta-voz do Secretário-Geral da ONU António Guterres exortou a Autoridade Palestina a “garantir a liberdade de expressão, opinião e assembleia”, ao reiterar que “qualquer uso de força excessiva será investigado e julgado conforme a lei [internacional]”.
Banat, de 43 anos, acusava a Autoridade Palestina de corrupção, incluindo sobre uma breve negociação para trocar vacinas de covid-19 com a ocupação israelense, ainda em junho.
Banat registrou-se como candidato de oposição nas últimas eleições parlamentares palestinas, canceladas pelo presidente Mahmoud Abbas em maio.
LEIA: Nizar Banat: o fim de um homem corajoso