Em mensagem postada em sua conta no Twitter, o Grupo Puebla, voltou a pedir respeito às urnas no caso peruano, em que a candidata virtualmente derrotada, Keiko Fujimori, tenta reverter o resultado da votação ocorrida no dia 6 de outubro para a presidência, em que saiu vitorioso, por pequena margem, o candidato de esquerda, Pedro Castillo.
‘Do Grupo Puebla, rejeitamos a pretensão de Fujimori de entregar a verificação das eleições peruanas ao carrasco da democracia boliviana, Secretário Luis Almagro. Sua validade é compartilhada por todos os observadores internacionais, incluindo a OEA ‘, disse a aliança.
Esta semana, a direitista Lourdes Flores, ex-líder do Partido Popular Cristão, solicitou uma auditoria da eleição pela OEA, “como foi feito na Bolívia”.
Significa que a aliança de direita em torno de Keiko, do Partido Força Popular, tenta repetir o caminho que levou ao golpe na Bolívia em 2019. Na ocasião, a Organização dos Estados Americanos foi acionada para questionar a reeleição de Evo Morales, do partido MAS, e o resultado dessas pressões: acusação de fraude, renúnciae exílio de Evo e instalação de um governo provisório de direita, levou à convulsão social, tratada com grande repressão, até que uma nova eleição em 2020 deu folgada vitória ao candidato ao MAS, Luis Arce, e a volta do ex-presidente.
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Sem sucesso em todos os seus recursos até agora, e ameaçada de ir à prisão por outras condenações, caso não consiga um mandato presidencial para protegê-la, a esperança de Keiko está em uma nova intervenção de Luis Almagro para deslegitimar o resultado das urnas.
O Grupo de Puebla, em conjunto – reunindo lideranças progressistas de 17 países – e sete ex-presidentes individualmente, já se manifestaram anteriormente reconhecendo a vitória de Pedro Castillo e defendendo sua posse.
No último sábado (26), o candidato peruano virtualmente eleito teve uma reunião virtual com presidentes e ex-presidentes da América Latina, da qual participaram a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, o presidente argentino Alberto Fernández, o presidente boliviano Luis Arce e os ex-presidentes Evo Morales da Bolívia, Ernesto Samper da Colômbia, Fernando Lugo do Paraguai, Manuel Zelaya de Honduras e Leonel Fernández da República Dominicana.
Dilma Rousseff dirigiu-se a Castillo como “caro presidente” e disse que a comunidade latino-americana permanecerá vigilante para que as tentativas de golpe no Peru não não prosperem.
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