O espaço cultural e restaurante palestino Al Janiah, em São Paulo, foi duramente afetado pelas medidas de restrições contra a covid-19 e está novamente com uma campanha por solidariedade para manter o local aberto. No pedido de ajuda, afirmam que caso as dívidas não sejam sanadas até o final do mês de julho, eles precisarão fechar as portas, o que levaria a demissão de trabalhadores, muitos em situação de refúgio. Eles pedem por doações de qualquer valor, que podem ser feitas por pix, transferência ou pelo site Abacashi, que serão recompensadas com entradas gratuitas em eventos futuros.
“Pedimos o apoio de todo mundo para salvar e deixar esse espaço sobreviver, porque além de ser um pedaço da Palestina, ele é um espaço da luta pelos direitos que sempre sonhamos para um mundo idealista: um mundo socialista, sem fascismo, sem racismo e que todos tenham paz”, afirmou o administrador, Bilal Gaber.
O espaço é conhecido pela gastronomia palestina, um quadro de funcionários formado, em maioria, por refugiados e por sediar e organizar eventos, shows e atividades culturais.
Com o início da pandemia de covid-19 e as medidas de restrições, eles se adaptaram ao atendimento por delivery sem demitir nenhum dos 16 trabalhadores em regime CLT. Entretanto, sofrem com a maior crise financeira da história do local, correndo sério risco de fecharem as portas. Trabalhadores e parceiros do Al-Janiah gravaram um vídeo falando sobre a campanha de solidariedade urgente.
Este é o terceiro pedido de ajuda financeira feito pelo restaurante desde o início da pandemia, eles afirmam que na primeira campanha conseguiram “ levantar a quantia necessária para sanar dívidas pontuais” e continuarem abertos. A segunda campanha teve menos sucesso e agora precisam novamente de ajuda, mas garantem que esta será a última campanha de doações. “Já estamos em atendimento presencial e nossas perspectivas melhoram a cada dia com o avanço da vacinação. Logo estaremos de volta em nossa melhor forma”, dizem.
“Queremos continuar exercendo nosso papel na cultura, política e gastronomia de São Paulo. Já sediamos centenas de shows e atividades culturais. Recebemos artistas de todos os continentes. Lutamos por todos aqueles discriminados pela sociedade”, diz o chamado. “O Al Janiah é refugiado, é mulher, é antirracista, é anti-LGBTfobia, é antifascista (e sofreu atentados por isso). Fizemos de nossa casa um lugar de combate ao fascismo e linha de frente na luta pelo Fora Bolsonaro. O Al Janiah é tudo isso. Tudo que ele não pode é ser apenas mais uma memória. Mais um bar que fechou na pandemia. Já são 12 mil na cidade. 50 mil em todo o estado. Não deixe que isso também aconteça conosco.”
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