Argélia fecha acordo de US$ 7 bilhões em armas com a Rússia

A visita a Moscou do chefe do Estado-Maior da Argélia, general Said Chengriha, está sendo acompanhada de perto por países europeus e pelo Marrocos para saber mais sobre o acordo de armas que a Argélia deve assinar com a Rússia. Eles estão ansiosos para saber se isso incluirá aeronaves Sukhoi 57 e Sukhoi 34 e se a Argélia será a porta de entrada da Rússia para a região do Sahel.

Chengriha visitou Moscou na semana passada para uma conferência internacional sobre segurança. O general argelino comprometeu-se a aderir à visão russa de segurança e paz no mundo, especialmente nas regiões do Magrebe e do Sahel.

O site Africa Intelligence informou ontem sobre a visita de Chengriha a Moscou e o potencial negócio de armas com um valor estimado de US$ 7 bilhões. A Argélia pretende comprar dois caças Sukhoi 57 e Sukhoi 34 avançados, tendo anteriormente assinado um acordo para 12 jatos Sukhoi 32, que é a versão do Sukhoi 34 que a Rússia vende. O estado norte-africano está disposto a adquirir a versão russa do caça, porque suas capacidades multifuncionais se assemelham aos caças clássicos, embora tenham as qualidades de um bombardeiro/jato de ataque.

A Argélia também pretende adquirir o Sukhoi 57, que a Rússia ainda não vendeu a nenhum país. Tal decisão do Kremlin não será uma surpresa caso Moscou concorde em vender cópias limitadas dessa aeronave para a Argélia, que foi o primeiro país a obter o sistema de defesa aérea S-400 da Rússia desde 2014.

Países europeus como França, Espanha e Itália, além de países árabes como o Marrocos, observam com preocupação os esforços da Argélia para aumentar seu arsenal. Isso talvez resulte da crescente coordenação política entre Moscou e a Argélia e do envolvimento desta última com a visão política da Rússia das relações internacionais, incluindo seu envolvimento em alguns conflitos.

França e Itália especulam até onde chegará a coordenação Argélia-Rússia na região do Sahel, na qual China e Rússia demonstram grande interesse por seus recursos minerais. Como potência regional, a Argélia pode ser uma importante porta de entrada para eles.

A Argélia está fazendo movimentos no Sahel unilateralmente, sem coordenação com os países europeus, exceto em um nível básico. No entanto, vai precisar de um grande país para apoiá-lo, que sem dúvida será a Rússia, especialmente em termos de monitoramento por satélite do que está acontecendo no Sahel.

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