O Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi inaugurou uma base naval neste sábado (3) a 135 km da fronteira com a Líbia, com apoio de Mohammed bin Zayed al-Nahyan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, e do presidente interino líbio Mohamed al-Menfi.
As informações são da agência Reuters.
Segundo o regime militar de Sisi, a base ajudará a proteger interesses estratégicos e econômicos do país, além de salvaguardar o território da entrada de refugiados irregulares e amplificar sua presença naval no Mar Mediterrâneo e no Mar Vermelho.
Na cerimônia de inauguração, dois helicópteros Mistral, adquiridos da França, foram expostos ao lado de um submarino alemão e duas fragatas italianas.
A Marinha do Egito conduziu exercícios de exibição com disparo de foguetes, saltos de paraquedas e um pouso anfíbio, sob os olhos atentos do general Sisi e seus convidados, instalados em um dos helicópteros Mistral.
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A base 3 de Julho — assim batizada em homenagem ao dia em que Sisi depôs o presidente eleito Mohamed Morsi, via golpe de estado, em 2013 — abrange mais de 10 km² e possui um cais militar de cem metros de extensão e catorze metros de profundidade.
O local também possui um atracadouro para fins comerciais.
A fronteira oriental do Egito representa um ponto de preocupação constante à segurança do estado, desde 2011, quando o longevo ditador líbio Muammar Gaddafi foi deposto por forças populares, com apoio de uma coalizão estrangeira.
Egito e Emirados Árabes Unidos — efetivamente governado por al-Nahyan — apoiaram o comandante renegado Khalifa Haftar ao longo da guerra civil na Líbia. O regime de Sisi, porém, aproxima-se agora do esforço político liderado pela ONU para reunificar o país vizinho.
Mohamed al-Menfi, que participou da inauguração da base naval, é parte do processo como chefe do conselho presidencial interino da Líbia, composto por três membros.
O Egito também vivenciou tensões com a Turquia — que apoia os rivais de Haftar — sobre direitos de exploração de gás natural na região do Mediterrâneo Oriental.
Contudo, Sisi e sua contraparte turca, Recep Tayyip Erdogan, assumiram medidas cautelosas desde janeiro para restabelecer relações.