Neste sábado (3), o Ministério Público Turco, em Istambul, anunciou que o criador de um esquema de pirâmide, o fugitivo Mehmet Aydin, foi extraditado do Brasil, por seu envolvimento em casos de fraude e estabelecimento de organizações criminosas.
Mehmet Aydin foi preso pelas autoridades brasileiras em São Paulo e transferido para Istambul pelas autoridades turcas.
Mehmet Aydin, 29, apelidado de “Tosuncuk”, se rendeu ao Consulado da Turquia em São Paulo, e foi preso no Aeroporto de Istambul, acusado de vários crimes, incluindo “estabelecer uma organização criminosa” e “fraude”. Ele pode ser condenado a até 75.260 anos de prisão, de acordo com a Anadolu.
A Ancara apresentou à Interpol um pedido de busca e extradição de Aydin em 19 de maio de 2018. Ele estava na lista de difusão vermelha da Interpol, um mandado de captura internacional. Após a notificação de que Aydin foi supostamente visto no Brasil, sua extradição foi solicitada do Brasil em junho de 2018. O pedido foi repetido em fevereiro.
Em 2016, Aydin fundou o “Banco da Fazenda”, conhecido como “Ciftlik Bank” na Turquia, inspirado no jogo da rede social FarmVille, prometendo lucros fantásticos. Ele teria defraudado 3.762 pessoas e fugido com cerca de 180 milhões de dólares, segundo a agência Anadolu e a Aljazeera.
Como parte da investigação contra os fundadores e gerentes do Banco da Fazenda, o Ministério Público da Turquia preparou uma ação contra 48 suspeitos, sendo sete deles foragidos e onze detidos. Durante o processo de julgamento no Tribunal Criminal Superior da Anatólia, 18 dos 48 réus foram absolvidos. O julgamento está processando vinte réus, quatro dos quais eram fugitivos, incluindo Aydin, seu irmão mais velho Fatih Aydin, Cengiz Samur e Osman Naim Kaya. O julgamento contra os réus será ouvido pelo 6º Tribunal Criminal da Anatólia em 14 de setembro.
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Aydin chegou ao aeroporto no sábado, às 22h, e após exames médicos e procedimentos no Tribunal do Aeroporto de Istambul, foi levado ao Departamento de Polícia de Istambul.
Após um período de interrogatório de quatro dias, ele comparecerá ao Tribunal da Anatólia de Istambul.
Vários processos judiciais foram movidos contra Aydin nos tribunais de Istambul e Bursa por acusações, incluindo “fraude pelo uso de sistemas de informação, bancos ou instituições de crédito”.