Nesta segunda-feira (5), membros do Knesset (parlamento israelense) falharam em aprovar a extensão de uma lei racista de separação familiar, que proíbe cidadãos palestinos de trazer parentes, incluindo crianças e cônjuges, da Cisjordânia ou Gaza ao território considerado Israel — isto é, ocupado durante a Nakba, via limpeza étnica, em 1948.
A moção para estender a lei por seis meses — ao invés de um ano, como de costume — recebeu 59 votos a favor e 59 votos contrários.
Dois parlamentares do Movimento Islâmico, liderado por Mansour Abbas e parte da coalizão de governo, se abstiveram; outros dois votaram contra.
LEIA: Extrema direita israelense ‘joga política’ com a lei do apartheid para constranger o governo
Além disso, um parlamentar do partido Yamina, liderado pelo premiê Naftali Bennett, também votou contra a resolução, no que foi descrito como revés na fiabilidade da coalizão.
Entre 1993 e 2003, cerca de 130 mil palestinos receberam cidadania israelense após se reunirem com seus cônjuges. Entretanto, Tel Aviv considera o aumento da população palestina no estado colonial sionista como “ameaça demográfica”.
“A análise de segurança é que cerca de 200 mil palestinos receberiam cidadania ou residência israelense a cada década, se não fosse pela legislação”, reportou a televisão israelense.
“A oposição, liderada por Bibi [ex-premiê Benjamin Netanyahu] e Ahmad Tibi [líder da coligação árabe Lista Conjunta] não conseguiram superar o governo, mas juntos infringiram um duro golpe à segurança de Israel”, declarou o Yamina em comunicado.
“Trata-se de uma política mesquinha às custas dos cidadãos israelenses”, prosseguiu o partido de extrema-direita. “Esta é a razão pela qual estão na oposição e ali vão ficar. Para Bibi, caso não esteja no poder, o estado pode muito bem implodir em chamas”.