Fontes diplomáticas na ONU disseram na terça-feira que o grupo árabe dentro do Conselho de Segurança está tentando emitir uma resolução sobre a Grande Barragem Renascença Etíope, informou Anadolu. O projeto de resolução apela aos três países envolvidos na crise da barragem – Egito, Etiópia e Sudão – a continuar as negociações por um período de seis meses para chegar a um acordo sobre as regras para o enchimento do reservatório e operação da barragem.
O texto também afirma o direito da Etiópia de gerar eletricidade a partir da barragem sem prejudicar os países a jusante. No entanto, a Etiópia notificou o Egito e o Sudão na segunda-feira sobre o início da segunda fase de enchimento do reservatório atrás da barragem sem um acordo tripartite. Os governos do Cairo e de Cartum rejeitam isso como um passo unilateral.
Fontes diplomáticas descartaram a possibilidade de adotar o projeto de resolução na sessão de quinta-feira dedicada a discutir o assunto. O representante da França na ONU, Nicolas de Rivière, disse que o órgão da ONU não seria capaz de resolver o conflito porque está “além do escopo” de sua competência. “Esses três países deveriam discutir e chegar a acordos logísticos sobre cooperação e participação nas cotas de água”, disse ele a jornalistas. A França é o atual presidente rotativo do Conselho de Segurança.
A Etiópia anunciou no domingo que colocou suas forças armadas em alerta máximo ao redor da barragem para garantir o segundo estágio do processo de enchimento.
O presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi, descreveu a parcela egípcia de água no Nilo em março como uma “linha vermelha” que, se cruzada, poderia causar “instabilidade inconcebível na região”.
LEIA: Arábia Saudita apoia Egito e Sudão sobre barragem etíope