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Ativistas italianos lançam campanha para boicotar viagens ao Egito em meio a alarmantes desaparecimentos

Cartaz da artista de rua italiana Laika, intitulado "Não visite o Egito", é retratado em uma parede perto da embaixada egípcia, em 16 de junho de 2021 [ALBERTO PIZZOLI/AFP via Getty Images]

Os ativistas italianos lançaram uma campanha exortando as pessoas a não saírem de férias para o Egito, em protesto contra os desaparecimentos sistemáticos e incontrolados de dissidentes do regime.

Em setembro do ano passado, a Comissão Egípcia de Direitos Humanos disse que houve cerca de 2.723 desaparecimentos à força em apenas cinco anos.

“Um país que lida com torturadores e assassinos é, em todos os aspectos, cúmplice deles”, postou um militante.

Sob a hashtag italiana, “não tire férias no Egito”, ativistas mencionaram a situação de Giulio Regeni e Patrick Zaki como exemplos do que as autoridades são capazes de fazer com as pessoas que criticam o governo.

Regeni foi um estudante italiano de doutorado na Universidade de Cambridge do Reino Unido que pesquisava sindicatos independentes no Cairo quando foi sequestrado das ruas da capital, em fevereiro de 2016.

Seu corpo foi encontrado mais tarde abandonado à beira da estrada tendo sido torturado até a morte pelos infames serviços de segurança do Egito.

A Itália ordenou que quatro importantes membros dos serviços de segurança egípcios fossem julgados pelo assassinato de Regeni, mas após meses de demora, o Ministério Público egípcio encerrou oficialmente o caso.

LEIA: Prisioneiros egípcios morrem 1.000 vezes na detenção

Alessandra, no Twitter, escreveu: “Porque cada um de nós pode ser Giulio. E porque Giulio merece justiça e verdade”.

Zaki foi um estudante de mestrado egípcio na Universidade de Bolonha, no norte da Itália, que desapareceu no aeroporto do Cairo ano passado. Ele estava a caminho de casa para visitar sua família, mas foi levado, torturado e mantido em prisão preventiva.

Em seu 30º aniversário no início deste mês, políticos italianos pediram ao governo que aplique a decisão do parlamento de conceder a cidadania italiana a Zaki.

Um ativista postou: “estamos convencidos de que o turismo também deve ter ética. Ir de férias a países ditatoriais, onde o seqüestro e a tortura são usados como ferramenta governamental, significa financiá-los. O Egito é um país inseguro”.

Simona Moschini escreveu: “Nunca fui e nunca irei.. O mundo está cheio de lugares bonitos onde eles não colocam milhares de pessoas inocentes na cadeia”.

O turismo é uma das maiores fontes de renda do Egito e foi duramente atingido pela revolução de 2011, o golpe de 2013 e os numerosos relatórios sobre direitos humanos que assustaram as pessoas.

O ministro do turismo do Egito estimou que o país perdeu cerca de US$ 1 bilhão por mês como resultado da pandemia global do coronavírus.

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