Dorothy Shea e Anne Grillo, embaixadoras dos Estados Unidos e da França no Líbano, respectivamente, conduziram uma rara visita à Arábia Saudita nesta quinta-feira (8), como parte dos esforços para encontrar uma solução à crise que assola o país mediterrâneo.
As diplomatas reuniram-se com oficiais sauditas em Riad, em aparente retorno à influência da monarquia islâmica na arena política libanesa.
Em nota divulgada pela embaixada francesa antes da visita, Grillo reivindicou a “formação de um governo efetivo e confiável para instituir as reformas essenciais ao Líbano, conforme os interesses e as aspirações do povo libanês”.
Shea afirmou ter como objetivo demonstrar ao governo saudita a “gravidade da situação e enfatizar a importância de assistência humanitária ao povo libanês, além de um maior apoio às Forças Armadas e Forças de Segurança Interna do Líbano”.
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Logo após a enorme explosão que devastou Beirute em agosto de 2020, todo o gabinete de governo do Líbano renunciou. Contudo, sob o impasse político subsequente, permaneceu em exercício, à medida que aprofunda-se a crise socioeconômica no país árabe.
O Líbano continua afogado em dívida externa e sua moeda perdeu cerca de 90% do valor contra o dólar desde meados de 2019.
Estados Unidos e França tentam encorajar o país a compor um governo estável, mas obstáculos consistentemente emergiram a qualquer solução política.
O governo em Paris é particularmente rigoroso em exigir reformas políticas e econômicas e sancionou figuras libanesas em abril, por prolongar o impasse.
Em junho, revelou-se que os bancos libaneses consumiram mais de US$250 milhões em ajuda das Nações Unidas destinada a refugiados e comunidades carentes.
A visita das embaixadoras a Riad ocorreu no mesmo dia de um encontro do embaixador saudita no Líbano, Walid Bukhari, com o patriarcado maronita do país.
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