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Aldeia síria que preserva o ‘idioma de Jesus’ prepara retorno da peregrinação

12 de julho de 2021, às 13h44

Estátua da Virgem Maria na aldeia de Maaloula, ao norte de Damasco, capital da Síria, 29 de junho de 2021 [Louai Beshara/AFP via Getty Images]

A aldeia histórica de Maaloula, ao norte de Damasco, capital da Síria, onde locais ainda falam aramaico e um dos mais antigos assentamentos cristãos no mundo, prepara-se para o retorno da peregrinação religiosa da Assunção de Maria, em agosto próximo.

Voluntários se mobilizaram para limpar a área e remover escombros remanescentes, segundo informações da rede de notícias AFP.

Yahya, de 29 anos, ao esfregar um pano úmido sobre uma pichação deixada pela guerra civil, declarou: “Faremos daqui um lugar ainda mais bonito do que costumava ser”.

Situada nas montanhas sírias a cerca de 50 km ao nordeste de Damasco, Maaloula é uma das três aldeias restantes onde o idioma aramaico é preservado.

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A aldeia é designada patrimônio mundial da Unesco e contém dois monastérios antigos: São Sérgio (Sarkis) e Santa Tecla. Segundo a tradição ortodoxa, Tecla (ou Thecla), discípula do apóstolo Paulo, viveu e morreu na região de Maaloula.

Estrategicamente localizada entre Damasco e Homs, a aldeia foi capturada por combatentes do Jabhat al-Nusra, grupo filiado à al-Qaeda, em 2013. A maioria dos cristãos locais foi expulsa de suas terras e igrejas e monastérios foram saqueados, incluindo Santa Tecla.

Treze freiras ortodoxas e três arrumadeiras foram sequestradas pelo grupo e trocadas três meses depois por 150 mulheres mantidas nas cadeias do regime.

Em 2014, a aldeia foi recapturada pelo exército sírio.

O santuário de Santa Tecla foi reaberto no segundo semestre de 2018, após trabalhos de restauração, apesar da guerra civil ainda em curso.

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