Colonos israelenses evacuam posto avançado ilegal enquanto governo tenta legalizá-lo

Os colonos israelenses que construíram um posto avançado ilegal perto de Beita, na Cisjordânia ocupada, deixaram o local após um compromisso oferecido pelo governo israelense, de que poderiam retornar à área posteriormente.

De acordo com uma declaração, nesta quarta-feira, do Conselho Regional de Samaria, que representa os assentamentos judeus no norte da Cisjordânia ocupada, as estruturas do posto avançado não serão demolidas, mas sim transformadas em uma base para os militares israelenses.

Segundo a Al Jazeera, “a mídia israelense noticiou que Naftali Bennett, o novo primeiro-ministro de Israel e um firme apoiador dos assentamentos ilegais, ofereceu aos colonos um acordo – o Estado verificaria se a terra pode ser classificada como ‘terra do Estado’ e se sim – a conclusão a que se espera que o Estado chegue – seria entregue aos colonos mesmo que esteja em aldeias palestinas”.

O posto avançado de Eviatar foi erguido em maio por um grupo de mais de cinquenta famílias de colonos israelenses, sob a proteção dos militares israelenses. Eles ocuparam com sucesso o topo da montanha de Jabal Sabih e dezenas de acres de terra ao seu redor, na periferia de Beita.

Diariamente foram realizados protestos contra o posto avançado durante os quais cinco manifestantes palestinos, incluindo dois adolescentes, Mohammed Hamayel de 16 anos e Ahmed Bani Shamsa de 17 anos, foram mortos. Segundo informações, os dois eram amigos de escola e eram algumas das centenas de jovens de Beita que participavam regularmente dos protestos.

Mais de cem palestinos de Beita e das aldeias vizinhas foram feridos pelas forças israelenses durante os protestos, um grande número deles com munição viva.

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O grupo antiassentamento Peace Now disse em uma declaração que: “Politicamente, este acordo significa que o novo governo não quer enfrentar nem mesmo uma pequena (embora barulhenta e contundente) minoria. Os colonos ainda podem fazer o que quiserem”.

Enquanto isso, o Ministro do Interior israelense, Ayelet Shaked, escreveu no Twitter, quarta-feira, que o acordo de Eviatar foi “uma conquista importante” para Israel, enquanto elogiava os colonos como “pioneiros” dedicados ao sionismo.

Mais de meio milhão de israelenses vivem em tais assentamentos somente de judeus, construídos em território palestino roubado, que foi designado pela comunidade internacional para um Estado palestino independente. Sucessivos governos israelenses, no entanto, tornaram esse Estado palestino impossível através da política de décadas de apropriação de terras e de anexação de fato do território palestino.

Todos os assentamentos e postos avançados israelenses são ilegais sob o direito internacional, no entanto, somente os postos avançados são considerados ilegais por Israel.

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