As competições da Copa América tiveram edição excepcional, hospedada pelo Brasil com a vitória da seleção argentina no título continental, igualando o número recorde de vitórias registradas quinze vezes pela seleção uruguaia. A versão foi excepcional em todos os sentidosângulos, acompanhada de muita polêmica e rejeição popular à sua realização no Brasil, que sofre muitas repercussões da pandemia de covid-19, além das divisões políticas e do colapso do sistema econômico e de saúde.
A história começou quando a Federação Sul-Americana de Futebol Conmebol rejeitou um pedido do governo colombiano para adiar novamente as competições, originalmente previstas para 2020, em organização conjunta entre Argentina e Colômbia, e já adiadas para este ano. O pedido da Colômbia foi motivado pelas repercussões da pandemia que atingiu o país e também porque ocorreria sem público. Mas foi rejeitado pela federação que, em nota divulgada sexta-feira, 21 de maio, afirmou que as competições do torneio seriam realizadas nos dias previstos e que as partidas programadas na Colômbia seriam transferidas para um país vizinho. A Argentina se ofereceu para organizar o torneio por conta própria, mas depois se desculpou devido às difíceis condições vividas pelo país com a pandemia. A Conmebol hesitou em cancelar o torneio por causa de sua importância financeira, lembrando que a última versão em 2019, hospedada pelo Brasil, gerou receitas de mais de US$ 120 milhões.
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De repente, a pedido do presidente brasileiro “Jair Bolsonaro” e da Federação Brasileira de Futebol, o torneio foi transferido para o Brasil, treze dias antes de seu lançamento. A decisão chocou o povo brasileiro e foi recebida com rejeição generalizada. Até mesmo os jogadores brasileiros se opuseram e ameaçaram não participar, em meio às circunstâncias difíceis que o país atravessa. Um ano e meio após o início da pandemia, o Brasil é o mais afetado entre os países sul-americanos. As estatísticas mostram que o vírus matou mais de meio milhão de brasileiros de um total de 18 milhões de infectados, além do colapso do sistemas econômico e político, o ritmo lento da vacinação e as fortes divisões políticas nas ruas brasileiras, onde o país assiste a enormes manifestações semanais pedindo a destituição de Jair Bolsonaro e de seu governo, por não administrar as crises que assolam o Brasil.
É certo que o objetivo do presidente brasileiro ao sediar o torneio era desviar a atenção dos problemas que acontecem no país e aliviar a pressão popular, pois conhece o amor e paixão dos brasileiros pelo futebol Ele também esperava que os brasileiros o apoiassem fortalecer sua posição de se opor ao isolamento geral frente à pandemia e exigir a volta à vida normal. Mas a vitória da Argentina foi um tapa retumbante na cara do presidente que esperava ver o Brasil ganhando o título continental e ele próprio ganhando com o grande resultado.
Quanto ao aspecto esportivo, a conquista deste título pela seleção argentina e a vitória no campo do lendário estádio “Maracanã” foi um forte choque para o povo brasileiro. Embora a maioria fosse contra realizar as competições no Brasil, essa é uma partida que não aceita empate entre os dois adversários no futebol, éuma batalha entre as estrelas dos dois países, o maior e mais forte clássico entre as seleções do mundo. A seleção brasileira, que inclui em suas fileiras uma série dos melhores jogadores do mundo, especialmente Neymar da Silva, que prometeu aos brasileiros a conquista do título, e a jovem seleção argentina, que renova seu sangue e que possui o melhor jogador do mundo, Lionel Messi, que sabe que este pode ser seu último torneio com a seleção argentina. Não poderia falhar desta vez, principalmente após vinte e oito anos sem a coroação com um título importante. É um confronto em que vitória é considerada glória e derrota uma vergonha.
“Brasil campeón es con Fuera Bolsonaro”.
Estadio Maracanã | Final de #CopaAmérica – 10.07.2021@teleSURtv pic.twitter.com/TxDursHwjK
— Nacho Lemus (@LemusteleSUR) July 10, 2021
Finalmente, o jogador da seleção argentina Lionel Messi recebeu a homenagem e pode ganhar um título internacional com o time de prata. Ele, que ganhou todos os prêmios individuais e coletivos possíveis com o FC Barcelona e escreveu seu nome em letras de ouro na história do futebol, carecia de um título com seu país, já que perdeu todas as finais que disputou pela seleção e que sempre foi acusado de negligência e inatividade e de não jogar como era necessário, Messi acrescentou à sua grande carreira um título que o colocará no topo da lista dos melhores jogadores de futebol da história e completará sua lenda que iluminou o mundo por duas décadas, e a história lembrará que este título foi conquistado contra a seleção brasileira e em seu lendário estádio “Maracanã”.
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