Na sexta-feira (9), o regime egípcio do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi negou denúncias divulgadas pelo jornal New York Times de que mulheres detidas no país norte-africano são vítimas de abuso sexual por policiais e agentes do governo.
A reportagem de 5 de julho do periódico americano, com relatos de dezenas de mulheres assediadas sexualmente em delegacias, cadeias e hospitais do Egito, corroboram evidências de que tais agressões são frequentes e institucionalizadas.
Entretanto, o Ministério do Interior do Egito — responsável por supervisionar as ações da polícia e de agentes carcerários no país — negou a “validade” das denúncias, ao acusar as vítimas de “propagar rumores e mentiras”.
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Em nota, o regime militar insistiu que acusações de violações sistemáticas contra a integridade física de mulheres detidas são falsas; contudo, sem provas ou sequer inquérito. O governo tampouco respondeu a um pedido do New York Times para mais informações.
O jornal reiterou que as mulheres defendem a veracidade de seus relatos, consistentes com anos de denúncias de abuso sexual, tortura e estupro perpetrado pela polícia e pelo judiciário do Egito, sobretudo após o golpe militar que levou Sisi ao poder, em 2013.
Uma fonte policial citada na reportagem descreveu o assédio sexual contra mulheres por autoridades egípcias como “generalizado”, com o objetivo de “humilhar a humanidade” das vítimas, sem qualquer pretexto de investigação.