O sheikh Raed Salah permanece na solitária desde agosto de 2020, quando foi transferido a regime fechado, privado de uma série de direitos básicos, como cobertores e livros fornecidos por sua família e acesso a notícias, reportou seu representante legal.
Omar Khamaisi, advogado do Centro Al Mezan para Direitos Humanos em Nazaré, que recentemente visitou Salah, relatou que seu cliente foi transferido reiteradamente e é mantido agora na penitenciária israelense de Raymond, a três horas e meia de sua família.
“Há restrições sobre a comunicação do sheikh Raed com o mundo externo”, reiterou Khamaisi. “Ele é impedido de assistir noticiários árabes e receber jornais”.
“A lei israelense permite que familiares do prisioneiro entreguem um livro ou dois durante cada visita. Contudo, os direitos do sheikh sobre esta questão também são negados, privado da literatura sob pretextos frágeis, longe da lógica e da verdade”, prosseguiu.
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Khamaisi também observou que seu cliente só pode caminhar poucos minutos fora de sua cela, em um pátio fechado por todos os lados, no qual os prisioneiros não podem olhar para o céu “sem enxergar uma barreira de arame farpado”.
Autoridades penitenciárias costumam invadir e revistar sua cela, apesar do confinamento solitário, sem qualquer contato com outros detentos, afirmou o advogado.
Salah — líder do Ramo Norte do Movimento Islâmico no território considerado Israel — relatou que alguns guardas o assediam por sua influência, mas assegurou sua determinação em defesa de direitos, enfatizou Khamaisi.
O proeminente religioso palestino foi preso por forças israelenses em agosto de 2017, acusado de “incitação” após proferir críticas à instalação de detectores de metal no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada.
Salah foi condenado a 28 meses de cadeia e passou onze meses em isolamento até ser transferido à prisão domiciliar. Contudo, voltou ao regime fechado em agosto de 2020, sob decisão do judiciário israelense, para cumprir o restante de sua pena.