O empresário árabe-israelense Yaqoub Abu Al-Qia’an foi indiciado nesta segunda-feira (12) por vazar informações sobre o estado da ocupação sionista ao Irã, através de um agente libanês-iraquiano, segundo relatos da imprensa israelense.
A acusação é parte de uma série de supostos crimes cometidos contra a segurança nacional, incluindo contactar um agente estrangeiro.
Abu Al-Qia’an é residente da aldeia beduína de Hura, no sul do território considerado Israel — isto é, ocupado durante a Nakba ou catástrofe palestina, via limpeza étnica, em 1948.
O empresário concorreu ao Knesset em março de 2020, como membro da coligação do partido Telem, liderado pelo ex-ministro da defesa Ya’alon.
Em 10 de junho, Abu Al-Qia’an foi detido com base em informações fornecidas pela agência de segurança interna Shin Bet, reportou o jornal israelense The Jerusalem Post.
LEIA: Teerã deve temer ameaças do Mossad, afirma ex-ministro da inteligência iraniano
Segundo o indiciamento, o empresário repassou dados de residência do atual ministro da defesa Benny Gantz ao serviço de inteligência iraniano.
A princípio, Abu Al-Qia’an foi contactado por um agente libanês-iraquiano para discutir investimentos; então conversaram sobre política e segurança. Sua motivação era buscar novas oportunidades de negócios nos países árabes, afirmou a Ynet News.
O indiciamento também sugeriu que Abu Al-Qia’an pediu para reunir-se com associados de seu contato, ciente da filiação com Teerã, e trabalhou para encobrir este relacionamento.
O empresário negou todas as acusações contra ele em audiência judicial, ao alegar tratar apenas de negócios com a suposta fonte.