O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou ontem (12) o regime do Marrocos por sentenciar o jornalista crítico Suleiman Raissouni a cinco anos de prisão e exortou pela defesa das liberdades de imprensa e expressão.
“Acreditamos que o processo judicial que levou ao veredito contradiz a promessa … da constituição marroquina de 2011 e da agenda de reformas de Sua Majestade Mohammed VI”, declarou Ned Price, porta-voz da chancelaria americana.
“A liberdade de imprensa é basilar a sociedades prósperas e seguras e os governos devem assegurar que jornalistas possam conduzir seu papel fundamental sem qualquer receio, assédio, violência ou ameaça”, acrescentou Price.
Na sexta-feira (9), uma corte em Casablanca condenou Raissouni — editor-chefe do jornal Akhbar Al Yaoum, agora criminalizado — a cinco anos de prisão e multa de 100 mil dirhams (US$11.205), sob acusações de “crimes sexuais” contra outro homem.
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Raissouni, em greve de fome há 93 dias, nega as alegações.
A promotoria marroquina insiste que Raissouni recebeu um julgamento justo, ao destacar que foi “indiciado por crimes nada relacionados a seu trabalho jornalístico”.
O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), organização sediada em Nova York, exortou a monarquia norte-africana a libertar Raissouni e “encerrar a prática de inflingir acusações fabricadas de assédio sexual a profissionais de imprensa”.
Cerca de 350 figuras políticas, intelectuais e jornalistas marroquinos e estrangeiros apelaram a Raissouni pelo fim de sua greve de fome.