O ex-editor-chefe do jornal egípcio Al-Ahram, Abdel Nasser Salama, pediu ao presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi que se demitisse, culpando-o pela “pesada derrota” sofrida pelo país diante da Etiópia na crise da Represa do Renascimento.
Em um artigo sem precedentes publicado no Facebook, Salama disse que Al-Sisi é responsável por “desperdiçar o direito histórico do Egito ao Nilo [rio] quando ele concedeu legitimidade à barragem ao assinar o acordo tenebroso de 2015 [Declaração de Princípios para o projeto da Represa do Renascimento]”, apesar de estar plenamente consciente das consequências.
O escritor egípcio acrescentou que Al-Sisi concedeu novamente legitimidade à Declaração de Princípios ao recorrer ao Conselho de Segurança da ONU sem se preparar, além de sua incapacidade de tomar uma decisão militar que “faça a conspiradora liderança etíope recuperar a razão”, apesar de ter gasto bilhões de dólares na compra de armas.
Salama destacou que Al-Sisi já cedeu as ilhas do Mar Vermelho de Tiran e Sanafir à Arábia Saudita, desistiu de dois campos de gás no Mediterrâneo para Israel e desperdiçou a riqueza do Egito em armamentos inúteis; amarrando o país a dívidas exorbitantes que ele nunca será capaz de pagar.
Salameh acusou o presidente egípcio de espalhar um estado de terror e medo entre os egípcios, criando um estado de polarização sem precedentes, encarcerando e prendendo dezenas de milhares de pessoas, e transformando o Sinai em um cemitério para soldados e oficiais.