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Laços de ex-ministro britânico com Riad incitam receios de ‘acesso e influência’

Philip Hammond, ex-chanceler do tesouro britânico, em Pequim, China, 22 de novembro de 2019 [Takaaki Iwabu/Bloomberg/Getty Images]
Philip Hammond, ex-chanceler do tesouro britânico, em Pequim, China, 22 de novembro de 2019 [Takaaki Iwabu/Bloomberg/Getty Images]

O papel de Philip Hammond, ex-chanceler do tesouro britânico, como assessor do Ministério das Finanças da Arábia Saudita incitou receios sobre o nível de acesso e influência que a monarquia do Golfo pode obter na Grã Bretanha.

Hammond, que perdeu o apoio do partido conservador (Tory), após rebelar-se contra o Brexit de Boris Johnson, estabeleceu uma firma de assessoria e consultoria que supostamente oferece serviços no Kuwait, Bahrein e Arábia Saudita.

Segundo informações, Hammond ajudou o governo saudita a preparar-se para sediar a cúpula do G20 — grupo que abrange as dezenove maiores economias do mundo mais União Europeia —, em novembro do último ano.

Contudo, relatos de um outro papel junto aos sauditas emergiram recentemente.

A consultoria de Hammond foi contactada para auxiliar o ministério da economia na entrega de um plano fiscal de médio prazo para modernizar o sistema financeiro do país.

Hammond descreveu seu papel como “apoio ao ministro das finanças e sua equipe para que sejam clientes inteligentes … de firmas de consultoria e as responsabilizem”.

Detalhes de suas operações foram divulgados pelo Comitê Consultivo sobre Indicações Empresariais (Acoba, da sigla em inglês), órgão do governo britânico que monitora pedidos de negócios de ex-ministros, funcionários públicos e membros da corte.

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O Acoba investigou potencial conflito de interesses, mas concedeu a Hammond o aval para prosseguir com seus investimentos na monarquia.

“O comitê receava riscos associados aos conselhos de um ex-ministro do gabinete a um governo estrangeiro, ao menos em termos de acesso e influência possivelmente oferecidos”, declarou o órgão público em resposta à aplicação de Hammond.

Entretanto, após consultar o Escritório de Desenvolvimento, Relações Exteriores e Commonwealth — além do governo central britânico e a Secretaria de Tesouro —, o comitê autorizou Hammond a avançar com o contrato.

Um dos membros do Acopa, Larry Whitty, membro trabalhista da Câmara dos Lordes, registrou sua oposição à maioria em ratificar o relacionamento.

Detalhes do papel de Hammond entre os sauditas surgiram logo após um escândalo envolvendo o ex-premiê britânico David Cameron.

Cameron passou um feriado recente com Mohammed Bin Salman, apesar de evidências apontarem o príncipe herdeiro saudita como responsável direto pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em Istambul, Turquia, em outubro de 2018.

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