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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

BBC demite jornalista palestina por tweet contra a ofensiva de Israel em Gaza em 2014

BBC Broadcasting House [Alexander Svensson / Flickr]

A especialista em assuntos palestinos da BBC Monitoring, Tala Halaw, foi demitida no mês passado por causa de um tweet que criticava a ofensiva israelense em Gaza em 2014, publicado três anos antes de ser contratada pela mídia pública britânica.

Halawa, que é jornalista palestina, emitiu um comunicado na quarta-feira e postou em árabe e inglês em sua conta no Twitter, acusando a BBC por sua: “demissão imediata por capricho de uma multidão pró-Israel.”

Durante a ofensiva israelense de 51 dias em Gaza em 2014, Israel matou mais de 2.160 palestinos, incluindo 55 civis em 48 horas, quando o exército israelense atacou Shejaia, a este de Gaza City.

Os 55 civis mortos no massacre incluíram 19 crianças e 14 mulheres. Comentando sobre este massacre, Halawa usou uma hashtag comum entre aqueles que fazem campanha contra a ofensiva israelense, #Hitlerwasright.

Em sua demissão, Halawa afirmou que ela havia sido injustamente julgada com base em um: “tweet ofensivo e ignorante publicado sete anos atrás.”

“No entanto, me entristece que a BBC, em vez de procurar formas de desculpas, reconciliação e diálogo, infelizmente tenha ido a julgamento pelas redes sociais”, disse Halawa.

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Ela afirmou que a BBC “amplifica as vozes dos trolls e capitula à pressão de grupos de interesse externos pró-Israel e da mídia de direita determinados a eliminar os palestinos da vida pública”.

O tweet de Halawa veio à tona durante a ofensiva israelense em Gaza entre 11 e 21 de maio, por um grupo de vigilância pró-Israel chamado Honest Reporting. A campanha tornou-se feroz devido a uma reportagem que Halawa produziu sobre a pressão exercida sobre celebridades que apóiam a Palestina.

“Recentemente publiquei um vídeo-reportagem para a empresa sobre celebridades criticadas, trolladas e canceladas por apoiarem a autodeterminação palestina”, escreveu Halawa em seu comunicado.

“Mas eu não sou a única”, acrescentou ela, observando: “Esta campanha de censura pró-Israel é industrial em escala e internacional em seu alcance.”

Sobre seu trabalho para a BBC, ela declarou: “Tenho orgulho do fato de que durante meus quatro anos na BBC sempre fui conhecida por minha imparcialidade e jornalismo profissional, mesmo nos momentos mais difíceis.”

Ela concluiu sua declaração: “Vou continuar a acreditar e lutar por um jornalismo honesto e corajoso, independentemente dessas tentativas servis de assassinato de caráter.”

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