A rádio israelense Kan alegou nesta quinta-feira (15) que o estado do Catar está pressionando o movimento palestino Hamas a aceitar as condições da ocupação para permitir a entrada de recursos humanitários à Faixa de Gaza sitiada.
Segundo o relato, Mohammed al-Emadi, enviado do emirado ao território palestino, pediu a oficiais do Hamas que aceitassem as demandas de Israel o mais breve possível, para transferir US$30 milhões a Gaza na forma de vales assistenciais a famílias carentes.
De acordo com a rádio militar, oficiais israelenses querem concluir a entrega antes do feriado islâmico do Eid al-Adha, na terça-feira (20).
O Primeiro-Ministro de Israel deseja alterar a atual política, reiterou nesta semana o Ministro de Segurança Interna Omer Barlev.
“O dinheiro catariano a Gaza não viajará em maletas de dólares que acabarão nas mãos do Hamas, de modo que o grupo essencialmente toma para si e seus oficiais uma parte significativa dos recursos”, afirmou o ministro à rádio israelense.
Segundo Barlev, o premiê planeja instituir um mecanismo de “vales alimentares ou humanitários”, ao invés de capital direto, supostamente utilizado para desenvolver armamentos.
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Recursos catarianos costumavam chegar às famílias carentes de Gaza na forma de pagamentos de US$100 por mês.
Hamas e Catar não comentaram, porém, os rumores da rádio israelense.
Em janeiro, o Emir do Catar Tamim Bin Hamad al-Thani emitiu instruções para destinar US$360 milhões de apoio financeiro a Gaza, a ser desembolsado ao longo de 2021.
Dados do Banco Mundial alertam que as taxas de desemprego e pobreza em Gaza superam metade da população. Após os bombardeios israelenses ao território palestino, em maio, cerca de 62% da população foi submetida à insegurança alimentar.