O Clube de Paris — órgão informal de países credores — concordou em cancelar US$14 bilhões da dívida sudanesa e reestruturar o valor restante a US$9 bilhões, reportou Emmanuel Moulin, presidente da entidade, nesta sexta-feira (16).
As informações são da agência Reuters.
As partes chegaram a um acordo ainda ontem, quando Moulin exortou credores públicos e privados do Sudão a perdoar parte da dívida sob os mesmos termos.
O Sudão tornou-se elegível para isenção após o Fundo Monetário Internacional (FMI) aceitá-lo em sua iniciativa de Países Pobres Muito Endividados (PPME), conforme o compromisso do governo de transição em instituir reformas macroeconômicas.
O Clube de Paris consentiu então em revogar US$14.1 bilhões do valor devido e remarcar os US$9.4 bilhões remanescentes sob prazo de tolerância, para que o Sudão não tenha de efetuar o pagamento antes de 2024.
“Este esforço demonstra o apoio da comunidade internacional à transição democrática no Sudão e ajudará o país a reconstruir sua relação com o setor financeiro internacional, além de estabelecer reformas políticas e combater a pobreza”, declarou Moulin.
Calculada em US$23.5 bilhões, a dívida sudanesa ao Clube de Paris — em maioria, composta de atrasos e multas — representa uma porção substancial do débito total aproximado em US$56 bilhões a credores internacionais.
“Buscaremos resultados similares ou ainda melhores com países credores fora do Clube de Paris”, afirmou o Ministro das Finanças do Sudão Gebreil Ibrahim, em sua página do Twitter. “Trata-se de um começo bem-sucedido”.
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