Neste domingo (18), Teerã voltou a alegar que uma troca de prisioneiros foi acordada com Washington, um dia após o governo americano negar qualquer consenso.
As informações são da agência Reuters.
“Absurdo: os Estados Unidos negam o simples fato de que há um acordo fechado sobre os detidos”, declarou Saeed Khatibzadeh, porta-voz da chancelaria iraniana, no Twitter.
“A troca humanitária foi acordada com Estados Unidos e Reino Unido em reunião separada do JCPOA [acordo nuclear iraniano] em Viena, sobre a soltura de dez prisioneiros de todos os lados”, insistiu Khatibzadeh. “O Irã está pronto para proceder hoje!”
No sábado (17), a Casa Branca culpou o regime iraniano por conduzir um esforço “ultrajante” de desviar de sua responsabilidade pelo impasse sobre as negociações para restaurar o acordo nuclear e negou qualquer consenso para libertar detentos.
Antes da negativa americana, Abbas Araqchi, chefe de negociação de Teerã, tuitou que Washington e Londres deveriam abandonar pré-condições ao acordo nuclear.
LEIA: EUA permitem Irã a utilizar recursos bloqueados para pagar dívidas
As conversas em curso, sediadas na capital austríaca, pretendem ressuscitar o tratado assinado entre Irã e seis potências globais, em 2015, para conter o programa atômico da república islâmica em troca da suspensão de sanções internacionais.
Em 2018, o governo americano do então presidente Donald Trump abandonou o pacto e restituiu duras sanções contra Teerã.
Araqchi afirmou que a sétima rodada de negociações indiretas não será retomada até o início de agosto, quando o presidente eleito, Ebrahim Raisi, notório linha-dura ligado ao aiatolá Ali Khamenei, será empossado. A sexta rodada em Viena foi encerrada em 20 de junho.
Segundo relatos, o regime islâmico e o governo de Joe Biden negociam a soltura de cidadãos iranianos detidos nos Estados Unidos e outros países por violar sanções em troca de prisioneiros americanos mantidos no Irã.
Teerã prendeu dezenas de cidadãos binacionais, incluindo americanos, nos últimos anos, a maioria sob acusações de espionagem. Ativistas de direitos humanos acusam o regime de usar as prisões para coagir concessões de outros países.