A Suprema Corte de Israel concedeu prazo até 5 de setembro para que o governo do premiê Naftali Bennett esclareça sua posição sobre as ordens de expulsão deferidas contra a comunidade palestina beduína de Khan al-Ahmar, em Jerusalém ocupada.
A decisão judicial emitida nesta quarta-feira (21) adverte que a data não será prorrogada.
Em 5 de setembro de 2018, a corte determinou a demolição das casas e a expulsão dos residentes palestinos de Khan al-Ahmar, após rejeitar seu recurso, para deslocá-los de suas casas — em maioria, tendas provisórias ou improvisadas com placas de ferro.
O governo israelense de Benjamin Netanyahu — predecessor de Bennett — adiou a demolição, à espera de uma solução negociada com os habitantes locais, em meio a protestos palestinos e da comunidade internacional contra a implementação do despejo.
Israel considera a área onde se localiza a comunidade beduína como “terra pública” e alega falta de alvará de construção, emitido ou indeferido arbitrariamente pela ocupação colonial. Os residentes, contudo, contestam a justificativa israelense.
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Cerca de 190 palestinos da comunidade de Jahalin, descendentes de refugiados do Negev expulsos durante a Nakba — ou catástrofe, como é descrita a criação do Estado de Israel, via limpeza étnica —, vivem no local desde a década de 1950.
A comunidade de Khan al-Ahmar é cercada por assentamentos ilegais exclusivamente judaicos, em uma área almejada pela ocupação como parte do projeto colonial E1.
O plano israelense conhecido como E1 prevê a construção de milhares de unidades coloniais em grandes áreas dos territórios palestinos, a fim de conectar o assentamento ilegal de Ma’ale Adumim com a cidade ocupada de Jerusalém.
Os palestinos alertam que a expulsão das famílias abrirá caminho a avanços coloniais para isolar Jerusalém Oriental e arredores e fracionar a Cisjor