O Hamas condenou a decisão da União Africana (UA) de conceder a Israel o status de observador, chamando o gesto de “chocante e censurável”.
Em uma declaração divulgada no sábado, o Hamas criticou a decisão tomada pela UA na semana passada após quase duas décadas de tentativas de Israel de obter o status de observador após a dissolução da organização antecessora – a Organização de Unidade Africana (OUA) – em 2002.
Segundo o Hamas, a decisão “aumenta a legitimidade da entidade de ocupação em nossa terra e lhe dá mais oportunidades para continuar seus planos de apagar os direitos palestinos e continuar seus crimes brutais contra o povo palestino”.
O grupo também observou que o movimento é contraproducente para a causa histórica anti-colonial dos Estados membros da UA “que sofreram durante séculos com o jugo do colonialismo e do racismo e sofreram para se livrarem deles”.
O Hamas insistiu que continua a ver os países do continente africano como “uma extensão natural de nossa justa luta pela liberdade e independência, e aguardamos com expectativa seu apoio forte e contínuo”.
O movimento concluiu a declaração exigindo “a expulsão imediata desta entidade de ocupação da União e a imposição de sanções dissuasivas a ela”.
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O Hamas prometeu continuar essa exigência até Tel Aviv “responder às nossas aspirações como povo sob ocupação, estabelecendo um Estado palestino com Jerusalém como sua capital, e o retorno às nossas casas do qual fomos expulsos pela força brutal”.
A decisão da UA de fazer de Israel um membro observador surpreendeu a muitos, pois a organização regional há muito tempo demonstra apoio público à causa palestina e condena os ataques de Israel a Gaza e sua contínua ocupação do território palestino.
A mudança é, no entanto, vista como um caminho para uma maior normalização e melhoria dos laços entre Israel e os Estados africanos. Apesar de ter relações diplomáticas plenas com a maioria dos países do continente, Tel Aviv só tem embaixadas em cerca de uma dúzia delas.
Nos últimos anos, o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lançou um esforço para melhorar os laços e as relações com os estados africanos, culminando com a última decisão da UA.