O abraço de dois irmãos sírios em diferentes equipes olímpicas, em Tóquio, levou usuários das redes sociais a crer que ambos foram reunidos após anos de separação.
O nadador Alaa Maso compete pela delegação de refugiados internacionais. Seu irmão, o triatleta Mohammed Maso, é parte da equipe oficial da Síria. Segundo relatos, seu pai treinava atletas de natação quando viviam em seu país natal.
Os irmãos foram fotografados na abertura das Olímpiadas, na sexta-feira (23). A imagem viralizou nas redes e incitou rumores de sua reunião após anos de separação.
Contudo, Alaa e Mohammed — nascidos em Aleppo — vivem na Alemanha e deixaram a Síria em 2015, em virtude da guerra civil.
O abraço atraiu a simpatia do público, mas também trouxe à tona uma série de críticas.
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Alguns afirmam que a família deixou o país por razões econômicas, ao invés de oposição ao regime de Bashar al-Assad.
O perfil de Alaa no site do Comitê Olímpico Internacional (COI) reconhece que o atleta deixou seu país após seu centro de treinamento ser danificado pelos conflitos.
Segundo a rede France24, Safwan al-Hindi, diretor de comunicação da federação esportiva síria, afirmou que Alaa escolheu competir pela delegação de refugiados, mas que sua filiação não foi negada pelo comitê nacional.
Mohammed, não obstante, é criticado por disputar os jogos pela equipe síria enquanto Assad ainda está no poder.
Omar Abu Layla, editor-chefe da rede de notícias Deir Ezzor24, comentou no Twitter: “Atletas sírios que amam o regime de Assad devem viver nele e não na Europa. Por que não representar a ditadura a partir de Damasco, ao invés da Alemanha?”
A Síria permanece em guerra civil desde 2011, após o regime reprimir violentamente protestos civis por democracia.
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